Os homens quilombolas e seu trabalho: uma cartografia da saúde desses trabalhadores

Os homens quilombolas exercem atividades produtivas que exigem grande força física, em ambientes propiciadores de diversos riscos, acidentes e agravos à saúde. O objetivo deste estudo foi cartografar os processos de trabalho de homens quilombolas em três territórios da região Norte de Minas, no Esta...

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Published inCadernos de saúde pública Vol. 38; no. 12
Main Authors Miranda, Sérgio Vinícius Cardoso de, Oliveira, Pâmela Scarlatt Durães, Jesus, Denilson Barbosa de, Sampaio, Cristina Andrade, Rodrigues Neto, João Felício
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 2022
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Summary:Os homens quilombolas exercem atividades produtivas que exigem grande força física, em ambientes propiciadores de diversos riscos, acidentes e agravos à saúde. O objetivo deste estudo foi cartografar os processos de trabalho de homens quilombolas em três territórios da região Norte de Minas, no Estado de Minas Gerais, Brasil. Para sua construção, utilizamos o referencial metodológico da Cartografia proposto pelos filósofos Gilles Deleuze & Félix Guattari. Os dados foram produzidos por meio da observação dos processos de trabalho, entrevistas individuais e registros das afetações em um diário cartográfico. A Análise de Discurso possibilitou a elaboração de um fluxograma descritor e a definição de três categorias temáticas. Nos territórios rastreados, a intersecção de gênero, raça e classe colabora diretamente para a execução de atividades na carvoaria, pedreira e bananal. Esses ambientes são altamente insalubres, com presença de calor e fumaça, métodos que geram grande esforço físico e poeira de sílica, exposição excessiva ao sol e uso de agrotóxicos. A integração entre a vigilância em saúde do trabalhador (VISAT) e o Ministério Público do Trabalho permite a articulação de uma rede intersetorial de educação popular, assistência técnica, qualificação e capacitação profissional. Essas medidas terão impacto direto no processo saúde-doença, na qualidade de vida dos trabalhadores e na preservação ambiental dos territórios cartografados.
ISSN:1678-4464
DOI:10.1590/0102-311xpt082521