Seguimento a longo prazo de neuroestimulação medular com elétrodos percutâneos

INTRODUÇÃO: A dor crónica mantém-se uma das principais causas de incapacidade e doença globalmente. Atualmente, a neuroestimulação medular está aprovada para uma variedade de síndromes dolorosas mas a evidência relativamente à sua eficácia a longo prazo é insuficiente. O nosso objetivo foi avaliar o...

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Main Authors Sebastião da Cruz, Gerson, Ruivo, Ernesto, Fontinhas, Teresa, Ormonde, Lucindo
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published Sociedade Portuguesa de Anestesiologia 17.04.2023
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Summary:INTRODUÇÃO: A dor crónica mantém-se uma das principais causas de incapacidade e doença globalmente. Atualmente, a neuroestimulação medular está aprovada para uma variedade de síndromes dolorosas mas a evidência relativamente à sua eficácia a longo prazo é insuficiente. O nosso objetivo foi avaliar os efeitos a longo prazo da neuroestimulação medular por elétrodos percutâneos. MÉTODOS: Foi avaliado retrospectivamente uma coorte de utentes submetidos a neuroestimulação medular através de elétrodos percutâneos entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2020. Os resultados a longo prazo foram aferidos pelo grau de satisfação dos doentes através da escala de percepção do efeito global, avaliação da taxa de explantação e ocorrência de complicações. Foram ainda avaliados potenciais modificadores dos resultados. RESULTADOS: 41 Utentes foram implantados com um sistema de neuroestimulação medular. A média (±DP) de tempo de seguimento foi de 5.5 anos (±2.6 anos). No fim do seguimento, 26 utentes (67%) referiram uma melhoria substancial e 9 (23%) uma ligeira melhoria. Dos 41 utentes, 9 (22%) dispositivos foram explantados. O tempo médio de explantação foi de 8.4 anos (95% [IC] = 7.6–9.3). Um total de 14 (34.1%) complicações ocorreram em 13 utentes. As complicações associadas ao hardware foram mais prevalentes (71.4%), sendo a migração dos elétrodos a mais frequente (42.9%). Não foram encontrados preditores de sucesso de resposta ao tratamento. CONCLUSÃO: A neuroestimulação medular com elétrodos percutâneos é segura e em doentes criteriosamente selecionados apresenta eficácia a longo-prazo. Contudo, é necessário maior investigação com o intuito de encontrar preditores de sucesso terapêutico. INTRODUCTION: Chronic pain continues to be a leading cause of disability and disease burden globally. Currently, spinal cord stimulation is approved for a variety of chronic pain syndromes, but there is insufficient long-term data regarding its effectiveness. Our goal is to evaluate the long-term outcome in patients treated with spinal cord stimulation with percutaneous leads. METHODS: We retrospectively evaluated a cohort of patients who underwent a spinal cord system implantation with percutaneous leads between January 2011 and December 2020. The long-term outcome was measured by evaluating patient satisfaction using the global perceived effect scale, the explantation rate and the occurrence of complications. Potential effect modifiers were also assessed. RESULTS: Forty-one patients underwent spinal cord stimulation system implantation. The mean (±SD) follow-up time was 5.5 years (±2.6 years). By the end of the follow-up, 26 patients (67%) reported feeling a substantial improvement and 9 (23%) reported feeling slightly better. Out of the 41 patients, 9 (22%) devices were explanted. The estimated mean time to device explantation was 8.4 years (95% confidence interval [CI] = 7.6–9.3). A total of 14 (34.1%) complications occurred in 13 patients. Hardware complications were more prevalent (71.4%), with lead migration being the most frequent (42.9%). We did not find predictors of treatment success. CONCLUSION: Spinal cord stimulation with percutaneous leads is safe and might have long-term effect in carefully selected patients. Nevertheless, further research is needed in order to find predictors of treatment success.
ISSN:0871-6099