O mundo no parque

Ao perceber o fim da partida, Cássio desculpou-se e entrou correndo com o seu time. A regra, uma velha conhecida: 10 minutos ou dois gols de diferença. E o moleque começou endiabrado aplicando de cara uma caneta (le petit pont) no francês Gatsby, que revidou com uma botinada (attentat). Na falta, o...

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Published inGlobo (Rio de Janeiro, Brazil)
Main Author OGlobo
Format Newspaper Article
LanguagePortuguese
Published Rio de Janeiro Grupo de Diarios América 11.08.2012
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Summary:Ao perceber o fim da partida, Cássio desculpou-se e entrou correndo com o seu time. A regra, uma velha conhecida: 10 minutos ou dois gols de diferença. E o moleque começou endiabrado aplicando de cara uma caneta (le petit pont) no francês Gatsby, que revidou com uma botinada (attentat). Na falta, o pernambucano disparou um tirambaço (envoyer une patate), e o goleiro peneira (gardien passoire) aceitou. No finzinho do jogo, o marroquino Ali deu um drible desconcertante no adversário e lançou o peruano Rolando, que esticou pela ponta e cruzou para a área. Lá dentro, o francês Laurent raspou de cabeça, e o tunisiano Yassine ficou sozinho com o goleiro, mas o chute acertou a trave. A bola sobrou para o brasileiro Cássio, que não desperdiçou. Gol! Goal! Golo! Da beira do campo, num desafio particular, tentou traduzir algumas expressões do racha. "Frappe la balle" e "allez", tudo bem, eram o nosso passe, mas parou por ali. Precisava de ajuda dos universitários, então se aproximou do jovem com a camisa do Central, de Caruaru, que organizava o time de fora. Era o brasileiro gente boa Cássio Melo, estrela do Racing Club de Invalides, que chegou a Paris em 2009 para um estágio de quatro meses no mestrado e retornou ano passado para o doutorado em computação. Após se apresentar, [Amanda Wanderley] não perdeu tempo: