Os modelos Input-Output, a estrutura setorial das economias e o impacto da crise da COVID 19

Os modelos input-output propõem-se representar as interdependências setoriais, a densa rede das relações entre produções de diferentes produtos, no seio de uma economia. Às interdependências setoriais juntam-se muitas vezes relações entre espaços regionais. Na última década, o desenvolvimento de mod...

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Published inIDEAS Working Paper Series from RePEc
Main Authors Ramos, Pedro N, João Pedro Ferreira, Cruz, Luís, Barata, Eduardo
Format Paper
LanguageEnglish
Published St. Louis Federal Reserve Bank of St. Louis 01.01.2020
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Summary:Os modelos input-output propõem-se representar as interdependências setoriais, a densa rede das relações entre produções de diferentes produtos, no seio de uma economia. Às interdependências setoriais juntam-se muitas vezes relações entre espaços regionais. Na última década, o desenvolvimento de modelos inter países, cobrindo toda a economia mundial, permitiu à análise input-output conquistar importância crescente, uma vez que permite traçar e caracterizar, detalhadamente, cadeias globais de valor. O eclodir da crise da COVID-19 vem reforçar a importância da análise da estrutura setorial das economias e acentuar ainda mais o interesse pelas cadeias de valor à escala mundial. É notório que a paralisação das economias, por razões sanitárias, pode deixar sem componentes imprescindíveis várias empresas, muitas vezes noutro(s) continente(s), levando à interrupção dos seus processos produtivos. Também a alteração dos perfis de procura poderá ter consequências dramáticas, e diferenciadas nos diferentes cantos do mundo. Usando o modelo World Input-Output Database (WIOD), desenvolvemos um exercício hipotético em que dividimos os produtos em essenciais e não essenciais, e admitimos uma quebra para metade da procura final dos não essenciais. Admite-se um choque simétrico, mas os países são atingidos com intensidade díspar, em função da desigual estrutura das suas economias. O objetivo é o de descortinar tendências, permitindo identificar quais os mais afetados pelo efeito da alteração do padrão global do consumo, nomeadamente em termos do Valor Acrescentado Bruto e do comércio internacional. Os resultados deste cenário indicam que o comércio mundial, no seu conjunto, contrairá em 33,1%. Nalguns países, as exportações cairão mais que as importações, deteriorando assim a balança comercial. Tal significa que terão, no médio prazo, de reestruturar a sua economia, de modo a poderem encontrar outros produtos de especialização, que sejam capazes de exportar com sucesso. Finalmente, n