Trajetórias de mulheres camponesas no Espírito Santo: permanências e descontinuidades

Este texto visa compreender a trajetória de mulheres camponesas no Espírito Santo no período de 1930 a 2017, na busca pela compreensão dos modos como viveram/vivem e perceberam/percebem sua infância, trajetórias pessoais, processos de inserção como trabalhadoras e partícipes dos espaços sociais de s...

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Published inRevista Brasileira de Educação do Campo Vol. 3; no. 4; p. 1221
Main Authors Deiviani de Oliveira, Luan Eudair Bridi, Miriã, Lúcia Luiz, Regina Godinho Alcântara
Format Journal Article
LanguageEnglish
Portuguese
Spanish
Published Tocantinópolis Universidade Federal do Tocantins (UFT) 01.01.2018
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Summary:Este texto visa compreender a trajetória de mulheres camponesas no Espírito Santo no período de 1930 a 2017, na busca pela compreensão dos modos como viveram/vivem e perceberam/percebem sua infância, trajetórias pessoais, processos de inserção como trabalhadoras e partícipes dos espaços sociais de suas comunidades, bem como os sentidos que a escolarização assume ao longo de suas vidas. Privilegia como aporte teórico-metodológico o pensamento de Carlo Ginzburg (1988, 1989, 2002, 2007), com os pressupostos da micro-história e do paradigma indiciário, e o de Mikhail Bakhtin (2003, 2004), tomando as narrativas como enunciados concretos. Como fonte, analisa os discursos/narrativas de quatro mulheres camponesas capixabas materializadas nos Cadernos da Realidade dos estudantes da Licenciatura em Educação do Campo/UFES. As análises indiciam permanências e descontinuidades nas trajetórias das mulheres capixabas no período investigado. Como permanências, destaca-se a mulher ocupando os espaços domésticos, sobretudo, exercendo atividades hercúleas, desprovidas de valor econômico. Ademais, o modelo patriarcal de família/sociedade presentifica-se nas narrativas e nos registros de mulheres de diferentes tempos geracionais. Emana dos documentos indícios de descontinuidades, tais como: a inserção ainda criança no processo de escolarização, o protagonismo das mulheres no âmbito doméstico, comunitário e nos espaços mais amplos da sociedade, como a Universidade. This article aims to understand the trajectory of peasant women in Espírito Santo from the period of 1930 to 2017, in the search for an understanding of the ways in which they lived/live and perceived/perceive their childhood, personal trajectories, insertion processes as workers and participants in the social spaces of their communities, as well as the meanings that schooling assumes throughout their lives. It uses as theoretical and methodological support Carlo Ginzburg's (1988, 1989, 2002, 2007) thinking, based on the assumptions of microhistory and the indicial paradigm, in cooperation with Mikhail Bakhtin's (2003, 2004) work, taking the narratives as concrete statements. As a source, it analyzes the narratives of four peasant women, born in Espírito Santo, materialized in the Cadernos da Realidade (Notebooks of Reality) of graduation students in Countryside Education/UFES. The analysis indicates continuities and discontinuities in the trajectories of these women in the period of investigation. As permanencies, it stands out that women still occupy domestic spaces, mainly exerting herculean activities, devoid of economic value. In addition, the patriarchal model of family/society is presented in the narratives and in the records of women from different generations. Evidence of discontinuities also emanate from the documents, such as: insertion as a child in the schooling process, the role of women in domestic services, community and wider spaces in society, such as the University. Este texto pretende entender la trayectoria de las mujeres campesinas en Espíritu Santo, durante el período de 1930 a 2017, con el objetivo de comprender los modos como vivieron/viven y percibieron/perciben su infancia. Así como las trayectorias personales, procesos de inserción en el trabajo y participación en los espacios sociales de sus comunidades, al igual que el sentido que la escolarización asume a lo largo de sus vidas. Se privilegian los aportes del pensador Carlo Ginzburg (1988, 1989, 2002, 2007), en relación a la micro-historia y el paradigma indiciario, además de los referentes de Mikhail Bakhtin (2003, 2004), donde se toman las narrativas como enunciados concretos. Como objeto de estudio, se analizan los discursos/narrativas de cuatro mujeres campesinas nacidas en Espírito Santo materializados en los Cuadernos de la Realidad de los estudiantes de Licenciatura en Educación del Campo/UFES. Los análisis indican permanencias y discontinuidades en las trayectorias de las mujeres nacidas en esta provincia, durante el periodo investigado. Como permanencias, se destaca a la mujer ocupando espacios domésticos, sobre todo, ejerciendo actividades hercúleas, desprovistas de valor económico. Además, el modelo patriarcal de familia/sociedad se exterioriza en las narrativas y en los registros de las mujeres de diferentes tiempos generacionales. Se derivan de los documentos, indicios de discontinuidades, como: la inserción infantil en el proceso de escolarización, el protagonismo de las mujeres en el ámbito doméstico, comunitario y en los espacios más amplios de la sociedad, como la Universidad.
ISSN:2525-4863
DOI:10.20873/uft.2525-4863.2018v3n4p1221