EMBALAGENS PARA ESTERILIZAÇÃO:SUAS APLICAÇÕES E RECOMENDAÇÕES NA PRÁTICA HOSPITALAR

INTRODUÇÃO: O processo de trabalho do enfermeiro de Central de material e esterilização, embora diferente realizado nas unidades de assistência, também se constitui em serviço da área da saúde e pode ser classificado como cuidado, diferindo apenas, no que diz respeito a sua finalidade imediata. Assi...

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Published inRevista de pesquisa, cuidado é fundamental
Main Authors Andrea Soares de souza, Denise de Assis Corrêa Sória, Juliana de Oliveira Araújo, Milene Teixeira da Silva, Natália da Conceição Andrade
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 01.11.2010
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Summary:INTRODUÇÃO: O processo de trabalho do enfermeiro de Central de material e esterilização, embora diferente realizado nas unidades de assistência, também se constitui em serviço da área da saúde e pode ser classificado como cuidado, diferindo apenas, no que diz respeito a sua finalidade imediata. Assim, para executá-lo o enfermeiro desenvolve conhecimentos específicos sobre a diversidade de materiais, equipamentos, seleção adequada de embalagens, forma de processá-los e sua armazenagem adequada, configurando o domínio de uma área de saber e, por conseqüência garantindo produtos seguros para a assistência ao paciente. (8) A finalidade de embalar os artigos médico-hospitalares é a de manter a esterilidade do produto com respeito a seu uso desejado guardando-o das condiçöes de transporte e armazenamento. O atributo que se exige de um sistema de embalagem é a eficácia da barreira microbiana, a qual impede sob condiçöes específicas a migraçäo de microrganismos do meio ambiente para o interior da embalagem. (6)   OBJETIVOS: Identificar e descrever as embalagens utilizadas no processamento dos artigos, bem como suas principais características, utilização adequada, segundo o método de esterilização empregado, vantagens e desvantagens;   METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, realizada através da consulta de busca manual de livros e artigos em revistas de enfermagem publicados nas bases de dados LILACS e SCIELO, utilizando os descritores: embalagem, esterilização, enfermagem, no idioma português, publicados no período de 2000 a 2006.   RESULTADOS: A seleção da embalagem deve levar em consideração o tipo de equipamento que será utilizado para a realização do ciclo de esterilização e o material a ser processado, devendo-se observar as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da Comissão de Estudos de Normatização de Embalagens. As recomendações imprescindíveis são: ser permeável ao ar para permitir a sua saída, cedendo espaço para o agente esterilizante; ser permeável ao agente esterilizante, mesmo em cobertura dupla; permitir sua secagem, bem como a do seu conteúdo; ser uma barreira efetiva à passagem de microorganismos. (1) Existem controvérsias quanto ao tempo de validade da esterilização, sendo considerados fatores como o tipo de invólucro utilizado, o local e condições ambientais de armazenamento. Os prazos descritos na tabela abaixo, são estipulados pelo Ministério da Saúde. Segundo a literatura as embalagens identificadas foram: tecido de algodão composto por tecido 100% algodão ou gramatura; container rígido com filtro microbiano ou filtro Tyveck® são caixas de metal inoxidável, alumínio, polímeros ou a combinação destes, dispõem de sistemas de filtros para saída de ar e entrada do vapor, dispensando o uso do invólucro externo e são termorresistentes; Papel Grau Cirúrgico com face em filme plástico de Polietileno/ Poliéster ou filme de Polipropileno disponível em gramatura e em diversas formas e tamanhos, em bobinas ou envelopes; Papel Crepado composto de 100% de celulose tratada; Não Tecido - Spunbonded/ Meltblown/ Spunbonded  (SMS) - União de três camadas de não tecido 100% Polipropileno; Tyveck® constituído em 100% polietileno em tripla camada e disponível em bobinas e envelopes. (1, 5, 6, 7) Todos podem ser autoclaváveis, porém cada um, de acordo com as suas especificidades materiais, pode sofrer outros tipos de processos de esterilização como calor a seco e oxido de etileno. A validade das embalagens variam de 7 dias a 2 anos.  A seguir, as vantagens e desvantagens das embalagens apresentadas: (1, 2,4,6) O Tecido de Algodão é de baixo custo e memória, mas não é resistente à umidade e vulnerável a contaminação. Sua durabilidade (até 65 reprocessamentos); A caixa de metal é inoxidável, composta por alumínio, polímeros ou a combinação destes e são termorresistentes. Além disso, propicia melhor organização na sala de operação, em decorrência da diminuição do volume de invólucros, resistência mecânica; economia de espaço no armazenamento. Porém, tem custo elevado, apresenta risco de falha na vedação e exige inspeção visual constante. O papel grau cirúrgico é de baixo custo e fácil visualização, com indicador químico monoparamétrico impregnado. Seu uso está contra-indicado na ausência de filme transparente em uma de suas faces. O papel crepado é impermeável à água, álcool, PVPI, éter, 100% biodegradável, reciclável e maleável com alta filtragem microbiana. Entretanto, apresenta baixa resistência mecânica, podendo furar ou rasgar com maior facilidade. O não tecido tem excelente barreira antimicrobiana, alta permeabilidade aos agentes esterilizantes, maleabilidade, resistência mecânica à tração e à abrasão. Tem como desvantagens, a dificuldade de detecção da integridade da embalagem e não ser biodegradável. O Tyveck® apresenta compatibilidade com diversos processos de esterilização, possui alta resistência mecânica, é de fácil visualização e pode ser impregnado com indicador biológico. Seu custo é elevado. A análise  de um estudo revelou que o tecido de algodão apresenta o maior custo mensal e o papel grau cirúrgico, o menor custo quando comparado às outars embalagens, desmistificando, dessa forma, o paradigma que existe dentro dos Centros de Material e esterilização brasileiros de que o tecido de algodão é a embalagem "mais barata". (4)   CONCLUSÕES: Para garantir a qualidade do processo de esterilização, são necessárias medidas que evitem a recontaminação do artigo após o processamento, seja no armazenamento, transporte ou durante a manipulação.  Por esse motivo, torna-se necessário o conhecimento, pelos profissionais que atuam no centro de material e esterilização, da diversidade de embalagens disponíveis no mercado e na utilização apropriada das mesmas, uma vez que, qualquer falha ocorrida no processamento dos artigos pode acarretar ônus ao paciente, à instituição e a à equipe multiprofissional, pois a qualidade do material distribuído, está diretamente relacionada com a qualidade da assistência prestada.
ISSN:1809-6107
2175-5361