Uso e disponibilidade de recursos medicinais no município de Ouro Verde de Goiás, GO, Brasil Use and availability of medicinal resources in Ouro Verde de Goiás, Goiás State, Brazil
O objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento etnobotânico das plantas medicinais usadas por comunidades rurais e urbanas no município de Ouro Verde de Goiás, situado na mesorregião do mato grosso goiano; eleger espécies nativas do bioma Cerrado potenciais para estudos farmacológicos co...
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Published in | Acta botânica brasilica Vol. 22; no. 2; pp. 481 - 492 |
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Main Authors | , |
Format | Journal Article |
Language | English |
Published |
Sociedade Botânica do Brasil
01.06.2008
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Subjects | |
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Summary: | O objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento etnobotânico das plantas medicinais usadas por comunidades rurais e urbanas no município de Ouro Verde de Goiás, situado na mesorregião do mato grosso goiano; eleger espécies nativas do bioma Cerrado potenciais para estudos farmacológicos com base na concordância de uso popular corrigida (CUPc); e avaliar se o conhecimento botânico e o cultivo de espécies medicinais em quintais podem ser afetados por classes de idade, gênero, escolaridade, local de nascimento e procedência rural/urbana do informante pelos testes Kruskal-Wallis (H) e Qui-quadrado (χ2). Foram selecionados 84 informantes por meio de amostragens aleatórias, sendo efetuadas entrevistas estruturadas. As fontes disponíveis de recursos medicinais foram: quintais, áreas antrópicas, matas de galeria e remanescentes de florestas estacionais. Foram registradas 98 espécies distribuídas em 45 famílias destacando-se em número as exóticas cultivadas. Nos quintais, foram catalogadas 78 espécies cultivadas, sendo 39,7% para remédios, e demais associações com a alimentação (39,7%) e a ornamentação (20,5%). Vinte espécies são adquiridas pelo extrativismo na vegetação do entorno, sendo todas nativas do bioma Cerrado, com exceção de Senna occidentalis, que é invasora. Duas espécies de florestas estacionais (Forsteronia refracta e Celtis iguanaea) apresentaram a CUPc > 50%, evidenciando consensos de uso popular. Verificou-se que 41% dos informantes da zona rural recorrem ao extrativismo na vegetação nativa, procura que é consideravelmente maior em relação aos informantes da zona urbana (16,7%). A quantidade de espécies citadas foi significativamente maior entre os informantes que tinham quintal. O número de espécies citadas e a presença de quintal independem do grau de escolaridade, gênero, local de nascimento, idade e zona de procedência rural ou urbana do informante.The goal of this study was to conduct an ethnobotanical survey of the medicinal plants used by rural and urban communities in the town of Ouro Verde de Goiás, situated in the mato grosso goiano meso-region of the state of Goiás; to pinpoint species native to the Cerrado biome with potential for pharmacological studies based on corrected popular use concordance (CUPc); and to determine if ethnobotanical knowledge of medicinal plants from backyards differed by age, gender, education, place of birth and rural versus urban setting of the informant. Statistical tests applied were Kruskal-Wallis (H) and Qui-square (χ2). Eighty-four informants were selected by random sampling and interviews were structured. The available sources of medicinal plants were: backyards, disturbed areas, gallery forests and deciduous dry forests. Ninety-eight species, distributed in 45 botanical families, were found, with cultivated exotics outnumbering native plants. In backyards, 78 species were cultivated, of which 39.7% were cited exclusively as medicinal, the remaining also being reported as food (39.7%) or ornamentals (20.5%). Twenty species were gathered from the surrounding vegetation, all of which are native to the Cerrado biome, except for Senna occidentalis which is weedy. Two species that occur in deciduous dry forest (Forsteronia refracta and Celtis iguanaea) had high CUPc (> 50%), showing consensus of popular use. Forty-one percent of rural area informants reported gathering medicinal plants from native vegetation, which is significantly more than those in urban areas (16.7%). The number of species cited by informants with cultivated backyards was significantly greater than those that did not. The number of medicinal plants cited by informants and the presence of a backyard did not differ significantly among informants from different classes of gender, education, place of birth and rural versus urban dwelling. |
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ISSN: | 0102-3306 1677-941X |
DOI: | 10.1590/S0102-33062008000200016 |