SOROPREVALÊNCIA DE SÍFILIS EM DOADORES DE SANGUE DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE PORTO ALEGRE

Objetivos: A sífilis é caracterizada como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) sistêmica, curável e exclusiva do ser humano, que pode ter como via de transmissão a transfusão sanguínea, embora rara graças à triagem sorológica. Um aumento nas taxas de amostras reagentes para sífilis tem sido...

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Published inHematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 45; p. S810
Main Authors PH Janzen, AG Rosa, CR Cohen, RE Bohem, F Bonacina, L Sekine, SC Wagner
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier 01.10.2023
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Summary:Objetivos: A sífilis é caracterizada como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) sistêmica, curável e exclusiva do ser humano, que pode ter como via de transmissão a transfusão sanguínea, embora rara graças à triagem sorológica. Um aumento nas taxas de amostras reagentes para sífilis tem sido observado no Brasil, se tornando a doença transmissível pelo sangue responsável pelo maior descarte de bolsas no país. O cenário da sífilis traz consigo um alerta no contexto atual de saúde, portanto, é relevante analisar a soroprevalência de sífilis em doadores de sangue, bem como caracterizar o perfil epidemiológico desses doadores. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo transversal retrospectivo com todas doações de sangue triadas sorologicamente pelo Serviço de Hemoterapia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) durante o período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022. Os dados foram coletados através do sistema informatizado da instituição e analisados no SPSS. Resultados: Foram avaliados os resultados de 65.643 doações de sangue, das quais 369 foram reagentes para sífilis, o que representa uma prevalência de 0,41%. As amostras reagentes foram associadas a doadores do sexo feminino (57,6%), não casados (83,1%), que possuíam até 39 anos (72,1%), com escolaridade de até ensino médio completo (68,2%), e motivados pela doação de reposição (44,6%) (p<0,001). Além disso, uma maior frequência da infecção foi encontrada em doadores residentes da região de Porto Alegre (95,2%), que doaram sangue pela primeira vez (78,4%), e que retornaram para coleta de nova amostra para confirmação do resultado (54,6%). Discussão: A prevalência de sífilis em doadores de sangue apresentou uma tendência crescente ao longo dos anos do estudo, o que vai ao encontro com os dados nacionais de sífilis adquirida notificados. O perfil associado ao doador reagente, se mostrou similar a outros estudos analisados, com excessão da variável sexo. Foi observada uma maior prevalência de casos reagentes para Treponema pallidum no sexo feminino (57,6%) em relação ao sexo masculino (42,4%) o que difere da literatura existente. Conclusão: Os dados encontrados contribuem com evidências que podem ser discutidas em âmbito de saúde pública além de disponibilizar informações que auxiliam na seleção de doadores, buscando a segurança transfusional.
ISSN:2531-1379