Anestesia para tratamento intraparto extra-útero em feto com diagnóstico pré-natal de higroma na região cervical: relato de caso Anestesia para tratamiento intraparto extraútero en feto con diagnóstico prenatal de higroma en la región cervical: relato de caso Anesthesia for ex utero intrapartum treatment of fetus with prenatal diagnosis of cervical hygroma: case report

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O tratamento intraparto extra-útero (EXIT) constitui procedimento realizado durante a cesariana, com preservação da circulação feto-placentária, que permite manuseio seguro da via aérea do feto, com risco de obstrução das vias aéreas. O objetivo deste relato foi apresentar...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inRevista brasileira de anestesiologia Vol. 56; no. 3; pp. 278 - 286
Main Authors Angélica de Fátima de Assunção Braga, José Aristeu F. Frias, Franklin S. da Silva Braga, Monique Sampaio Rousselet, Ricardo Barini, Lourenço Sbragia, Juliana Guarize, Larissa C.C. Gil
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Sociedade Brasileira de Anestesiologia 01.06.2006
Subjects
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O tratamento intraparto extra-útero (EXIT) constitui procedimento realizado durante a cesariana, com preservação da circulação feto-placentária, que permite manuseio seguro da via aérea do feto, com risco de obstrução das vias aéreas. O objetivo deste relato foi apresentar um caso de anestesia para EXIT, em feto com higroma cístico na região cervical. RELATO DO CASO: Paciente com 22 anos, 37 semanas de idade gestacional, sem antecedentes anestésicos, estado físico ASA I, submetida ao EXIT para manuseio de via aérea e intubação traqueal em feto com risco para obstrução de vias aéreas. O procedimento foi realizado sob anestesia geral associada a peridural contínua; no pré-operatório foram utilizados metoclopramida (10 mg) e ranitidina (50 mg), por via venosa. No espaço peridural administrou-se bupivacaína a 0,25% com adrenalina (30 mg) associada a fentanil (100 µg), seguida de passagem de cateter cefálico, para analgesia pós-operatória. O útero foi deslocado para a esquerda. A indução anestésica foi feita em seqüência rápida, com fentanil, propofol e rocurônio e a manutenção com isoflurano 2,5% a 3%, em O2 e N2O (50%). Após histerotomia, procedeu-se à liberação parcial do feto, assegurando-se a circulação útero-placentária, seguindo-se as manobras de laringoscopia e intubação traqueal fetal. A seguir, foi realizada liberação total do feto, com pinçamento de cordão umbilical, administração de ocitocina (20 UI) em infusão venosa contínua seguida de metil-ergonovina (0,2 mg) por via venosa. Durante o procedimento, a pressão arterial sistólica materna foi mantida acima de 100 mmHg, com efedrina em bolus (5 mg) e cristalóide (3.000 mL). A concentração do isoflurano foi diminuída gradativamente durante o fechamento uterino. Ao final da intervenção cirúrgica o bloqueio neuromuscular foi revertido e injetou-se morfina (2 mg) pelo cateter peridural para analgesia pós-operatória. CONCLUSÕES: As principais recomendações para a realização do EXIT são segurança materno-fetal, relaxamento uterino para manutenção do seu volume, da circulação útero-placentária e imobilidade fetal para facilitar o manuseio das vias aéreas.JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: El tratamiento intraparto extraútero (EXIT) constituye un procedimiento realizado durante la cesária, con preservación de la circulación feto-placentaria, que permite el manejo seguro de la vía aérea del feto, con riesgo de obstrucción de las vías aéreas. El objetivo de este relato fue el de presentar un caso de anestesia para EXIT, en feto con higroma cístico en la región cervical. RELATO DEL CASO: Paciente con 22 años, 37 semanas de gestación, sin antecedentes anestésicos, estado físico ASA I, sometida a EXIT para manejo de vía aérea e intubación traqueal en feto con riesgo para obstrucción de vías aéreas. El procedimiento se realizó bajo anestesia general asociada a peridural continua. En el preoperatorio fueron utilizados metoclopramida (10 mg) y ranitidina (50 mg), por vía venosa. En el espacio peridural se administró bupivacaína a 0,25% con adrenalina (30 mg) asociada a fentanil (100 µg), seguida de la introducción de catéter cefálico, para analgesia postoperatoria. El útero fue desplazado para la izquierda. La inducción anestésica se hizo en secuencia rápida, con fentanil, propofol y rocuronio y el mantenimiento con isoflurano en 2,5% a 3%, en O2 y N2O (50%). Después de la histerotomía, se procedió a la liberación parcial del feto, asegurando la circulación útero placentaria, siguiendo las maniobras de laringoscopia e intubación traqueal fetal. A continuación se realizó la liberación total del feto, con pinzamiento del cordón umbilical, administración de ocitocina (20 UI) en infusión venosa continua seguida de metil-ergonovina (0,2 mg) por vía venosa. Durante el procedimiento, la presión arterial sistólica materna se mantuvo por encima de 100 mmHg, con efedrina en bolus (5 mg) y cristaloide (3000 mL). La concentración del isoflurano disminuyó gradualmente durante el cierre uterino. Al final de la intervención quirúrgica el bloqueo neuromuscular fue revertido y se inyectó morfina (2 mg) por el catéter peridural para analgesia posoperatoria. CONCLUSIONES: Las principales recomendaciones para la realización del EXIT son seguridad materno-fetal, relajamiento uterino para el mantenimiento del volumen uterino y de la circulación útero placentaria y el no movimiento fetal para facilitar el manejo de las vías aéreas.BACKGROUND AND OBJECTIVES: Ex utero intrapartum treatment (EXIT) is a procedure performed during Cesarean section with preservation of fetal-placental circulation, which allows the safe handling of fetal airways with risk of airways obstruction. This report aimed at describing a case of anesthesia for EXIT in a fetus with cervical cystic hygroma. CASE REPORT: Female patient, 22 years old, 37 weeks gestation without anesthetic background, physical status ASA I, submitted to EXIT for airway handling and tracheal intubation of fetus at risk for airway obstruction. Procedure was performed under general anesthesia associated to continuous epidural anesthesia. Patient was premedicated with intravenous metoclopramide (10 mg) and ranitidine (50 mg). Epidural 0.25% bupivacaine with epinephrine (30 mg) associated to fentanyl (100 mg) was administered, followed by cephalic catheter for postoperative analgesia. Uterus was displaced to the left. Anesthesia was induced in rapid sequence with fentanyl, propofol and rocuronium and was maintained with isoflurane in 2.5 at 3% in O2 and N2O (50%). After hysterotomy, fetus was partially released assuring uterus-placental circulation, followed by fetal laryngoscopy and tracheal intubation. Then fetus was totally released with umbilical cord clamping, administration of oxytocin (20 UI) in continuous infusion, followed by intravenous methyl-ergonovine (0.2 mg). Maternal systolic pressure was maintained above 100 mmHg during the procedure with bolus ephedrine (5 mg) and crystalloids (3000 mL). Isoflurane concentration was gradually decreased during uterine closure. At surgery completion neuromuscular block was reversed and morphine (2 mg) was injected through the epidural catheter for postoperative analgesia. CONCLUSIONS: Major recommendations for EXIT are maternal-fetal safety, uterine relaxation to maintain uterine volume and uterus-placental circulation, and fetal immobility to help airway handling.
ISSN:0034-7094
1806-907X
DOI:10.1590/S0034-70942006000300008