Narrativa, memória e políticas de esquecimento: : Um diálogo entre Paul Ricœur, Hannah Arendt e Beatriz Sarlo
Os seres humanos não são capazes de guardar na memória todos os acontecimentos experienciados. Diante disso, faz-se necessário negociar o que iremos reter na memória e o que iremos deixar de fora, cujo destino é o limbo. Em sociedades modernas, massificadas e apáticas em relação aos assuntos público...
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Published in | Kalagatos Vol. 16; no. 2; pp. 56 - 71 |
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Main Authors | , |
Format | Journal Article |
Language | Portuguese |
Published |
2019
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Subjects | |
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Summary: | Os seres humanos não são capazes de guardar na memória todos os acontecimentos experienciados. Diante disso, faz-se necessário negociar o que iremos reter na memória e o que iremos deixar de fora, cujo destino é o limbo. Em sociedades modernas, massificadas e apáticas em relação aos assuntos públicos, retira-se das mãos dos atores o direito de escolha sobre o que será rememorado ou esquecido, passando a ser gestado por grupos com interesses particulares, que impõem o silêncio sobre alguns eventos. Assim, emudecem as narrativas memoriais sobre crimes hediondos, tais como torturas e assassinatos, substituindo-as pela força coercitiva da anistia, o pseudônimo da amnésia coletiva. Nesse papel, a anistia desaparece com o que deveria ser punido, levando a uma indistinção entre perdão e esquecimento. Para que esse mal não paire sobre sociedades do Cone Sul que foram assoladas por regimes ditatoriais em meados do século XX, faz-se necessário recordá-los, através de narrativas, para que eles não voltem a ocorrer e para que os laços sociais, perdidos durante anos de regimes autoritários, sejam restaurados. O objetivo do presente artigo é analisar o embate entre as políticas de esquecimento e as narrativas memoriais a partir do entrelaçamento das reflexões de Paul Ricœur, Hannah Arendt e Beatriz Sarlo. |
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ISSN: | 1984-9206 1808-107X 1984-9206 |