O que significa dizer Tu? - Meditação acerca das palavras fundamentais "Eu-Tu" e "Eu-Isso"
Pretende-se, no presente texto, a realização de um empenho hermenêutico, que busca fazer uma releitura da obra Eu e Tu de Martin Buber, recolhendo-lhe o sentido a partir da escuta de suas palavras fundamentais. Antes de tudo, as palavras fundamentais são ouvidas como palavras fundamentais, isto é, p...
Saved in:
Published in | Revista da Abordagem Gestáltica : Phenomenological Studies Vol. 13; no. 2; pp. 195 - 205 |
---|---|
Main Author | |
Format | Journal Article |
Language | Portuguese |
Published |
2007
|
Subjects | |
Online Access | Get full text |
Cover
Loading…
Summary: | Pretende-se, no presente texto, a realização de um empenho hermenêutico, que busca fazer uma releitura da obra Eu e Tu de Martin Buber, recolhendo-lhe o sentido a partir da escuta de suas palavras fundamentais. Antes de tudo, as palavras fundamentais são ouvidas como palavras fundamentais, isto é, palavras do fundamento, ressaltando-se o fundo a partir do qual emerge a dualidade das atitudes humanas e do mundo no seu modo de aparecer e vigorar para o humano. Em segundo lugar, as palavras fundamentais são ouvidas como palavras fundamentais, isto é, como concreções da linguagem, a partir da qual o humano fala e se responsabiliza pelo seu mundo. Em terceiro momento, ressaltam-se o dizer-Tu e dizer-Isso como atitudes, isto é, como modos de atuação todo próprios do humano em seu mundo. Daí emerge a polaridade em que oscila o humano: entre ser sujeito e ser particular, que usa e experimenta o que lhe é acessível como objeto e ser a verdadeira e própria subjetividade, a pessoa, que só se realiza à medida que participa da vida real, que é a vida da relação. Trata-se, portanto, de uma leitura feita, por assim dizer, do centro para a periferia, do fundo para a superfície, do apriori para o empírico. Trata-se, por conseguinte, de uma leitura feita como que ao avesso, uma leitura meditativa, no sentido de ser uma abertura para seguir e perseguir a estrutura de sentido, instaurada e tecida pelo pensamento, na literalidade do texto.
En el presente texto se pretende la realización de un empeño hermenéutico, buscando hacer una relectura de la obra Yo e Tú de Martin Buber, colectando o abrigando el sentido a partir de la escucha de sus palabras fundamentales. Antes que nada, las palabras fundamentales son oídas como palabras fundamentales, esto se refiere, palabras de los fundamentos, sobresaliendo el fondo del cual emerge la dualidad de las actitudes humanas y del mundo en el modo de aparecer y vigorizar para el humano. En segundo lugar, las palabras fundamentales son oídas como palabras fundamentales, esto quiere decir, como concreciones del lenguaje, a partir de donde el humano habla y se responsabiliza por su mundo. En tercer momento, se resalta el decir-Tú y el decir-Ello, como actitudes, o sea, como modos de actuación propios del ser humano en su mundo. De ahí que emerge la polaridad en que oscila el ser humano: entre ser sujeto e ser particular, que usa y experimenta lo que le es accesible como objeto y ser la verdadera y propia subjetividad, la persona, que solo se realiza en la medida que participa de la vida real, que es la vida de relación. Por lo tanto, se trata de una lectura hecha, por decirlo de alguna manera, del centro para la periferia, del fondo para la superficie, a priori para lo empírico. Por consiguiente, se trata de una lectura hecha como al revés, una lectura meditativa en el sentido de ser una apertura para seguir y perseguir una estructura de sentido, instaurada y tejida por el pensamiento en la literalidad del texto.
On the following paper there is a hermeneutic effort towards a re-interpretation of Martin Buber´s I-Thou, gathering the sense from his fundamental words. First of all, the fundamental words are taken as fundamental words, meaning words of funding, outlining the fund from which rises the duality of human attitudes and of the world in its way of showing for the human being. Second, fundamental words are taken as fundamental words, as concretions of language, from which the human being speaks and takes on responsibility for their world. In a third moment the saying-Thou and saying-It are pointed out as attitudes, as unique. human ways of acting in their world. From there rises the polarity in which the human being oscillates from subject and unique being, who uses and experiences what he is granted access to object and being true subjectivity itself, the person who is fulfilled only as they take part of real life, which is the life of relation. Thus, it is a reading made, so to speak, from the center towards periphery, from the depths to the surface, from a priori to empirical. It is a reading done as if backwards, a meditative reading, in a sense of being an opening to follow and pursuit the structure of sense, weaved and posted by thought, in the literacy of the text. |
---|---|
ISSN: | 1809-6867 1984-3542 |