HIV e Leishmaniose tegumentar americana no estado de Sergipe: um estudo do espectro disseminado da coinfecção

Em pacientes co-infectados por HIV, a Leishmaniose tegumentar americana (LTA) comumente se torna disseminada, além de apresentar manifestações atípicas e mais graves, devido à imunossupressão. Nestes pacientes, a doença é caracterizada por múltiplas lesões atípicas infestadas por parasitos, acometen...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inScire salutis Vol. 11; no. 3; pp. 126 - 129
Main Authors Lima, Bruno José Santos, Sandes, Maylla Fontes, Aragão, Matheus Todt, Batista, Gilmara Carvalho, Araújo, Dante Costa de, Santos, José Abimael da Silva, Rezende, Mateus Lenier, Gonçalves, Hélder Santos, Melo, Leonardo Santos, Vieira, Caroline Cordeiro
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published 22.06.2021
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:Em pacientes co-infectados por HIV, a Leishmaniose tegumentar americana (LTA) comumente se torna disseminada, além de apresentar manifestações atípicas e mais graves, devido à imunossupressão. Nestes pacientes, a doença é caracterizada por múltiplas lesões atípicas infestadas por parasitos, acometendo vários segmentos corporais, e má resposta ao tratamento padrão, com alta taxa de recidiva. O presente estudo elucida uma descrição de caso admitido no Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE), com análise de diagnóstico e conduta baseada na literatura referente à coinfecção LTA-HIV. Trata-se de J.B.A., 34 anos, sexo masculino, HIV positivo e com diagnóstico anterior de Tuberculose pulmonar, em uso regular de terapia antirretroviral e COXCIP, admitido no HUSE em 2018 com tosse produtiva, secreção amarelada, febre diária e dispneia aos esforços há 2 semanas. Apresentava lesões maculares hipercrômicas em face e úlcero-crostosas de bordas elevadas com variados tamanhos em membros superiores e tronco, diagnosticadas LTA via biópsia das lesões após negativação do teste sorológico rk39 por imunossupressão. Negava uso regular de profilaxias para pneumocistose e micobactérias. Iniciou-se antibioticoterapia e cateter nasal de O2. Supõe-se, portanto, que o desvio da resposta celular tipo Th1 para a humoral tipo Th2 no portador de HIV seja favorável à disseminação de organismos intracelulares como a leishmania. Entretanto, esse comportamento clínico-imunológico da coinfecção é pouco descrito na literatura. Ainda assim, J.B.A. apresentou excelente resposta terapêutica ao uso de Anfotericina Lipossomal. O relato desse caso alerta para o espectro clínico da coinfecção e para uma opção de tratamento viável, sobretudo em Sergipe, cuja expansão epidemiológica das doenças é evidente.
ISSN:2236-9600
2236-9600
DOI:10.6008/CBPC2236-9600.2021.003.0016