Nefrolitíase e o aumento do risco de doenças cardiovasculares

Introdução: Com uma incidência crescente na população geral, a nefrolitíase consiste em um dos problemas mais comuns da área urológica nos últimos anos, ocupando a terceira posição nas afecções mais prevalentes do trato urinário. Verifica-se que as alterações metabólicas geradas pela nefrolitíase, c...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inContribuciones a las ciencias sociales Vol. 17; no. 9; p. e10160
Main Authors Mendes Filho, João Chaves, Anjos, Karilly Silva dos, Roriz, Maria Isabel Rocha Couto, Nogueira, Izadora Alencar, Tavares, Karen Maria Ferreira, Lima, Rômulo Ravi Lucena, Lima, Maria Alice Vieira Melo de, Araújo, Gilmara Morais de, Bezerra, Bruna Ferreira, Guiselini, Lis Rodrigues de Amorim, Suzart, Letícia Corrêa Soares, Cunha, Alyne Cabral da, Lacerda, Luana Landim Cruz, Silva Filho, José Laéscio da, Melo, Marta Lígia Vieira
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published 04.09.2024
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:Introdução: Com uma incidência crescente na população geral, a nefrolitíase consiste em um dos problemas mais comuns da área urológica nos últimos anos, ocupando a terceira posição nas afecções mais prevalentes do trato urinário. Verifica-se que as alterações metabólicas geradas pela nefrolitíase, como hipercalciúria, hiperuricemia ou hiperoxalúria, podem predispor a doenças cardiovasculares devido ao aumento da velocidade da onda de pulso, rigidez arterial, calcificação vascular e aumento no risco de formação de placa aterosclerótica. Objetivo: verificar, na literatura, evidências científicas sobre o aumento do risco de desenvolvimento de distúrbios cardiovasculares em pacientes com nefrolitíase. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada no mês de agosto de 2024. As bases de dados utilizadas foram BVS e PubMed e os descritores em ciências da saúde: “Heart Disease” e “ Nephrolithiasis” cruzados pelo operador AND.  Foram incluídos artigos publicados no período de 2016 a 2022, na língua portuguesa e inglesa, e excluídas teses, dissertações, cartas ao editor e textos incompletos. Resultados e Discussões: Os cálculos renais relacionam-se intensamente com maiores riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, uma vez que estão diretamente envolvidos com componentes da síndrome metabólica. Evidências apontam que o aumento da probabilidade de desenvolvimento de doença renal crônica e de eventos cardiovasculares nos pacientes com nefrolitíase, caracterizam a doença de cálculo renal como um distúrbio sistêmico. Outros, estudos apontam que as alterações  metabólicas em pacientes com nefrolitíase, que se manifestam como hipercalciúria, hiperuricemia ou hiperoxalúria, podem mediar o risco aumentado de formação de placa cardiovascular e alterações sistêmicas associadas a distúrbios cardiovasculares, dentre elas, a aterosclerose subclínica, pois está associada à presença e à gravidade da calcificação da artéria coronária, um marcador da doença aterosclerótica. Uma análise incluiu dados de 313.222 participantes derivados de 9 estudos observacionais e evidenciou que  pacientes do sexo feminino com cálculos renais apresentaram risco muito maior de hipertensão do que os pacientes do sexo masculino. Ademais, também foi notado um aumento estatisticamente significativo do risco de doença arterial coronariana (DAC) em pacientes do sexo feminino com nefrolitíase prévia. Um estudo de coorte com acompanhamento de 13 anos observou a probabilidade de maior risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) nos pacientes com cálculos renais. Como resultado, verificou-se forte associação da nefrolitíase com doenças vasculares, demonstrando um risco significativamente aumentado de AVC (1,06 vezes maior que o controle), particularmente em mulheres, população jovem e aqueles pacientes com nefrolitíase sintomática submetidos a  intervenção cirúrgica. Conclusão:  Essa associação entre nefrolitíase e doenças cardiovasculares sugere que o manejo de cálculos renais deve ir além do tratamento dos sintomas renais e incluir medidas preventivas para minimizar o impacto sistêmico.
ISSN:1988-7833
1988-7833
DOI:10.55905/revconv.17n.9-013