PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTOXICAÇÕES POR DROGAS DE ABUSO EM CINCO CAPITAIS BRASILEIRAS (2019-2023)

Introdução: Drogas de abuso são substâncias que geram dependência e seu uso indevido leva a intoxicações exógenas, afetando a saúde pública brasileira, especialmente nas grandes metrópoles. Este estudo visa compreender os aspectos epidemiológicos das intoxicações por drogas de abuso, bem como aborda...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inRevista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação Vol. 10; no. 9; pp. 1604 - 1615
Main Authors Borges, Clarissa Sousa Melo, Jesus, Isadora Maria Benites de, Barreto, Luma Melo, Silveira, Amanda Boery Balthasar da, Costa, Gustavo Nunes de Oliveira
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published 11.09.2024
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:Introdução: Drogas de abuso são substâncias que geram dependência e seu uso indevido leva a intoxicações exógenas, afetando a saúde pública brasileira, especialmente nas grandes metrópoles. Este estudo visa compreender os aspectos epidemiológicos das intoxicações por drogas de abuso, bem como abordar tópicos de prevenção e tratamento, alinhando-se com a meta 3.5 da Agenda 2030 da ONU. Objetivo: Investigar o perfil epidemiológico das intoxicações por drogas de abuso nas cinco capitais brasileiras de maior densidade populacional entre 2018 e 2022. Métodos: Estudo ecológico, descritivo e transversal. A população inclui casos de intoxicação por drogas de abuso registrados no SINAN em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza e Salvador. Covariáveis: Região/UF; Faixa Etária; Sexo; Raça; Circunstância; Classificação Final e Evolução. Casos com dados insuficientes foram excluídos. Uso de Microsoft Excel v.2016 para cálculo de incidência e frequências das covariáveis. Resultados e Discussão: No Brasil, a intoxicação por abuso de drogas afeta principalmente homens (74%), entre 20 e 39 anos (55%), com algum grau de escolaridade (99%). No Rio de Janeiro, há mais casos em mulheres (39%), e em Brasília, predominam jovens de 15 a 19 anos (56%). A exposição aguda única é a mais frequente, exceto em Brasília e Salvador, onde é aguda repetida. A circunstância mais comum é o abuso, especialmente em São Paulo (88,9%). Intoxicação é a classificação final mais frequente, especialmente em São Paulo (92,8%). A cura sem sequelas é comum (91%), sendo mais frequente em Salvador (97%) e menos em Fortaleza (85%). A cura com sequelas é mais comum em São Paulo (6%) e menos em Salvador (1%). O óbito por intoxicação é mais frequente em Fortaleza (9,7%), acima da média nacional (1,6%). Conclusão: O estudo revelou que as intoxicações por drogas de abuso são um problema de saúde pública significativo nas cinco capitais brasileiras analisadas, com variações importantes nos padrões de incidência e características demográficas. Homens jovens são os mais afetados, mas há variações regionais, como a maior proporção de casos entre mulheres no Rio de Janeiro e entre jovens em Brasília. As exposições agudas são predominantes, e a maioria dos casos resulta em cura sem sequelas, embora Fortaleza se destaque negativamente com uma taxa elevada de óbitos. Esses achados sublinham a necessidade de estratégias de prevenção e tratamento mais direcionadas, levando em conta as especificidades regionais e sociodemográficas para melhorar os resultados de saúde e alinhar-se com os objetivos da Agenda 2030 da ONU. Introduction: Substance abuse can be defined as the misuse of substances that are addictive and can lead to exogenous poisoning. The rise of poisoning cases is a challenge for the Brazilian public health system, especially in metropolises. Therefore, this research helps one to comprehend the epidemiological aspects, addressing related topics such as prevention and treatments. It is also based on the Goal 3.5 of the United Nation’s 2030 Agenda. Aim: To investigate the epidemiological profile of the poisonings due to substance abuse in the five most densely populated Brazilian capitals between the years 2019 and 2023. Methods: An ecological, descriptive, cross-sectional study. The population includes cases of poisoning by recreational drugs as found in SINAN of DATASUS in São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, and Salvador. The covariates considered include region, age group, sex, race, circumstance, final classification, and outcome. Cases with insufficient data were excluded. The analysis was conducted using Microsoft Excel v.2016, and included the calculation of incidence and frequencies of the covariates. A Prais-Winsten model will be used to analyze temporal trends. Results and Discussion: In Brazil, drug abuse poisoning mainly affects men (74%), between 20 and 39 years of age (55%), with some level of education (99%). In Rio de Janeiro, there are more cases in women (39%), and in Brasília, young people aged 15 to 19 years predominate (56%). Single acute exposure is the most frequent, except in Brasília and Salvador, where it is repeated acute. The most common circumstance is abuse, especially in São Paulo (88.9%). Poisoning is the most frequent final classification, especially in São Paulo (92.8%). Cure without sequelae is common (91%), being more frequent in Salvador (97%) and less in Fortaleza (85%). Cure with sequelae is more common in São Paulo (6%) and less in Salvador (1%). Death due to poisoning is more frequent in Fortaleza (9.7%), above the national average (1.6%). Conclusion: The study revealed that drug poisoning is a significant public health problem in the five Brazilian capitals analyzed, with important variations in incidence patterns and demographic characteristics. Young men are the most affected, but there are regional variations, such as the higher proportion of cases among women in Rio de Janeiro and among young people in Brasília. Acute exposures are predominant, and most cases result in recovery without sequelae, although Fortaleza stands out negatively with a high death rate. These findings highlight the need for more targeted prevention and treatment strategies, taking into account regional and sociodemographic specificities to improve health outcomes and align with the goals of the UN 2030 Agenda.
ISSN:2675-3375
2675-3375
DOI:10.51891/rease.v10i9.15667