Transtornos de ansiedade em profissionais da saúde em tempos de pandemia

Diante do problema de saúde mundial, a Covid-19, ocasionada pela disseminação do vírus SARS-CoV-2, observou-se a preocupação não só com a saúde física, mas também com o estado psicológico da população, principalmente com os profissionais da saúde que estiveram na linha de frente do combate à pandemi...

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Published inBrazilian Journal of Development Vol. 10; no. 3; p. e67832
Main Authors Lima, Arthur Bassolli Larcher, Souza, Caroline Cid Albuquerque de, Rocha, Gabriela Almeida, Seghetto, Laura Mendes, Leite, Lorena Thairly Fonseca, Pedro, Ludmilla Miranda, Sena, Mylena Sobreira, Silva, Thayna Mota Crovato, Amaral, Guilherme Henrique Faria do, Dias, Anna Marcella Neves, Mendes, Nathália Barbosa do Espírito Santo
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published 06.03.2024
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Summary:Diante do problema de saúde mundial, a Covid-19, ocasionada pela disseminação do vírus SARS-CoV-2, observou-se a preocupação não só com a saúde física, mas também com o estado psicológico da população, principalmente com os profissionais da saúde que estiveram na linha de frente do combate à pandemia. A sobrecarga de trabalho e os sintomas relacionados ao estresse podem levar o profissional ao esgotamento físico e psicológico o que aumenta a chance de desenvolver transtornos mentais. As longas horas de trabalho, o medo da auto inoculação, bem como a preocupação com a possibilidade de disseminação do vírus para familiares, amigos ou colegas, pode levá-los a isolar-se de sua família nuclear ou extensa, mudar sua rotina e restringir sua rede de apoio social. Observar se os profissionais da saúde dos hospitais de Juiz de Fora desenvolveram algum transtorno de ansiedade em decorrência do cenário de pandemia. Foi realizado um estudo observacional tipo transversal no período de dezembro de 2021 a abril de 2022, com profissionais da saúde em três hospitais do município de Juiz de Fora.  A coleta de dados foi realizada em ambiente virtual e efetuada por meio de dois questionários: um sócio demográfico desenvolvido especialmente para o presente estudo e o validado Escala de Ansiedade de Beck para avaliar o grau de ansiedade. O presente estudo mostrou que 52,11% dos entrevistados relataram grau de ansiedade leve, 33,61% moderado e 14,28% grave. As variáveis como profissões, percepção da saúde, dificuldade de realizar tarefas, quem esteve acamado, dificuldade de desempenhar funções, ansiedade na família, acompanhamento psicológico e uso de medicamentos obtiveram relevância na intensificação do transtorno. Quanto à profissão foi destaque o número de enfermeiros e profissionais de educação física classificados com ansiedade grave. Ao contrário do previsível o acompanhamento psicológico foi menos frequente em participantes com ansiedade moderada e grave. Assim como o uso de medicamentos também foi menor em participantes com transtornos grave e moderado. A alta carga de trabalho durante a pandemia entra como uma possível justificativa para que muitos profissionais não tenham tempo para buscarem uma ajuda especializada para um problema psicológico. Diante do exposto, concluiu-se que houve aumento dos casos de ansiedade, em diferentes níveis, nos profissionais da saúde de Juiz de Fora, em decorrência do atual cenário pandêmico, com a prevalência de um grau mais leve do transtorno. Portanto, é fundamental a busca por apoio multidisciplinar, principalmente, psicológico especializado, para que seja disponibilizado nos serviços públicos, com o intuito de estabelecer melhores resultados em qualidade de vida e saúde mental aos trabalhadores da linha de frente.
ISSN:2525-8761
2525-8761
DOI:10.34117/bjdv10n3-014