SEMENTES QUE SUSTENTAM A VIDA: EXPERIÊNCIAS DE CONSTRUÇÕES BIOPOLÍTICAS INSURGENTES NA DEFESA DOS TERRITÓRIOS E DOS COMUNS
A expansão de um modelo de desenvolvimento agrícola de grande escala e uma política econômica baseada nas commodities, notadamente neoextrativista, evidenciam o interesse de expansão do capital transnacional, sobretudo no território latino-americano. Frente a esse contexto, a defesa dos territórios...
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Published in | Espirales - revista para a integração da América Latina e Caribe Vol. 8; no. 1; pp. 152 - 175 |
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Main Authors | , |
Format | Journal Article |
Language | Portuguese |
Published |
2024
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Summary: | A expansão de um modelo de desenvolvimento agrícola de grande escala e uma política econômica baseada nas commodities, notadamente neoextrativista, evidenciam o interesse de expansão do capital transnacional, sobretudo no território latino-americano. Frente a esse contexto, a defesa dos territórios e dos comuns revela seu caráter intrínseco à histórica resistência dos povos originários, camponeses, quilombolas e populações tradicionais na região que, incidido no enfrentamento desse novo padrão de acumulação, propõem projetos políticos baseados em outra biopolítica. Assim, na defesa dos territórios e dos modos de vida, esses diferentes povos constituem um patrimônio biocultural, assentado em uma memória coletiva, que tem fomentado a preservação e a circulação de sementes crioulas, sementes da vida ou sementes da cultura. Ao preservarem suas sementes e, com elas o conhecimento e as relações sociais que as forjam, os povos originários, do campo, das florestas e das águas contrapõem-se à lógica ampliada do capital, que as trata como bens comercializáveis, estéreis e dependentes de insumos e de agrotóxicos. No presente artigo, apresentamos experiências de construções biopolíticas insurgentes baseadas em uma apreensão onto-epistêmica das sementes como sustentáculo da vida e sua centralidade na defesa dos territórios e dos comuns.
The expansion of a large-scale agricultural development model and of an economic policy based on commodities, mainly neo-extractivism, evidences the interest of transnational capital in expansion, especially in Latin American territory. In this context, the defense of territories and common goods is intrinsic to the historical resistance of native peoples, peasants, quilombolas and traditional populations of the region who, in confronting this new pattern of accumulation, propose political projects based on a different biopolitics. Thus, in defense of their territories and ways of life, these different peoples constitute a biocultural heritage, based on a collective memory, which has led them to the preservation and circulation of native seeds, “seeds of life” or “seeds of culture”. By preserving their seeds and, with them, the knowledge and social relations that accompany them, the indigenous peoples of the countryside, forests and waters oppose the expanded logic of capital, which treats seeds as marketable, sterile commodities dependent on inputs and pesticides. In this article, we present experiences of insurgent biopolitical constructions based on an onto-epistemic “apprehension” or understanding of seeds as critical life support, and their centrality in the defense of territories and common goods. |
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ISSN: | 2594-9721 2594-9721 |
DOI: | 10.29327/2282886.8.1-8 |