Risco de transtorno de deglutição em Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

• Published in: Distúrbios da Comunicação Vol. 36; no. 2; p. e65562
• Main Authors: Silveira, Fabiani Rodrigues da, Silva, Roberta Gonçalves da, Oliveira, Diane de Lima, Haas, Patrícia, Machado, Marcos José, Furkim, Ana Maria
• Format: Journal Article
• Language: English
• Published: 14.08.2024
• ISSN: 0102-762X; 2176-2724
• DOI: 10.23925/2176-2724.2024v36i2e65562

Introdução: O enfisema pulmonar e a bronquite crônica são condições pulmonares conhecidas como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Dentre os sintomas tem-se a dispneia e a tosse, o que pode impactar na coordenação entre a respiração e a deglutição, com provável comprometimento na alimentação. Objetivo: Relatar a associação do risco de transtorno de deglutição (RTD) em pacientes com DPOC sem acompanhamento fonoaudiológico. Método: Estudo transversal, retrospectivo (2001-2011) com análise de dados secundários de pacientes do ambulatório de pneumologia. As variáveis analisadas foram sexo, idade, tempo de diagnóstico da doença e comorbidades. Foi considerada como RTD a presença de pelo menos um dos critérios: modificação na consistência do alimento ingerido, alteração no volume da ingestão por via oral, uso de via alternativa de alimentação e oxigênio domiciliar. Resultados: Verificou-se RTD em 60% dos prontuários analisados. O RTD foi associado à idade (p=0,009) e ao comprometimento pulmonar relacionado ao enfisema (p = 0,041). Paciente com RTD apresentaram prevalência de utilização de oxigênio domiciliar (46,7%; p<0,001) comparados àqueles sem RTD. Conclusão: Pacientes com DPOC em seguimento ambulatorial apresentaram alta prevalência de risco para transtorno de deglutição, estando estes riscos associados a pacientes com maior idade e com comprometimento relacionado ao enfisema pulmonar. Sabemos que há publicações relacionando DPOC e disfagia, sobre a importância da avaliação fonoaudiológica, mas ainda há necessidade de mais publicações sobre o tema, para aumentar o alerta dos profissionais de saúde, da necessidade dos atendimentos desses pacientes.