Análise florística e fitossociológica de quatro áreas de caatinga sob diferentes densidades de caprinos no Cariri Paraibano, Brasil

A Caatinga é o bioma que cobre o semiárido brasileiro e sua heterogeneidade ambiental clama por mais estudos que possibilitem melhor conhecer sua biodiversidade ainda subestimada. Objetivou-se neste estudo contribuir para o conhecimento deste bioma a partir de análises florística e fitossociológica...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inRevista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade Vol. 5; no. 9; pp. 191 - 229
Main Authors Luna, Rômulo Gil de, Andrade, Albericio Pereira de, Souto, Jacob Silva, Luna, João Gil de
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published 2018
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:A Caatinga é o bioma que cobre o semiárido brasileiro e sua heterogeneidade ambiental clama por mais estudos que possibilitem melhor conhecer sua biodiversidade ainda subestimada. Objetivou-se neste estudo contribuir para o conhecimento deste bioma a partir de análises florística e fitossociológica em áreas contíguas de caatinga, sob diferentes densidades de caprinos, visando à utilização de alguns parâmetros como indicadores de desertificação. O estudo foi realizado na Fazenda Experimental Bacia Escola (7o 24' S; 36o 32' W), no Município de São João do Cariri, Estado da Paraíba. A densidade de caprinos foi de 3 animais/ha e 1,5 animais/ha, nas áreas I e II, respectivamente; e sem animais nas áreas III e IV. Foram plotadas 30 parcelas de 10 m x 10 m em cada área experimental, distribuídas ao longo de três linhas de faixas paralelas. Em cada parcela foram incluídos apenas indivíduos vivos de porte arbóreo-arbustivo que apresentaram CNS (circunferência ao nível do solo) maior que 9,5 cm e At (altura total) maior que 1,0 m. Foram registrados nas quatro áreas 1.275 indivíduos, distribuídos em 413 indivíduos, seis famílias e nove espécies; 332 indivíduos, sete famílias e nove espécies; 315 indivíduos, seis famílias e nove espécies e 215 indivíduos, quatro famílias e sete espécies entre as áreas I, II, III e IV, respectivamente. As Famílias Fabaceae, Euphorbiaceae, Apocynaceae e Cactacea foram as que exibiram os maiores números de indivíduos, e as espécies Poyncianella pyramidalis, Aspidosperma pyrifolium, Pilosocereus gounellei e Croton sonderianus exibiram os maiores valores para todos os parâmetros fitossociológico analisados. A área III apresentou o maior índice de diversidade florística de Shannon e Weaver. Houve maior grau de similaridade florística entre as comunidades I e III, e menor entre II e IV. A taxa de mortalidade das plantas nos últimos quatro anos foi de 77,7%, 66% e 71%, respectivamente nas áreas I, II e III. Nas áreas I e II predominaram indivíduos com altura entre 100 e 200 cm, e diâmetro entre 3 e 43 cm, nas áreas I e II. A diversidade florística e a densidade de indivíduos foram consideradas baixas e vêm diminuindo nos últimos quatro anos. O pastejo imputado nas áreas, aliado aos rigores dos fatores físicos e químicos limitantes e ao histórico de degradação por elas sofridas, parece estarem contribuindo para o processo de desertificação daquelas fitocenoses, refletido sobretudo na perda da diversidade florística e do número de indivíduos que as constituem.
ISSN:2359-1412
2359-1412
DOI:10.21438/rbgas.050913