Projeto Fénix: o que pensam os alunos sobre os fatores que promovem as suas aprendizagens?

Resumo A problemática deste texto incide sobre a percepção de dois grupos de alunos com desempenhos acadêmicos diferenciados quanto aos fatores que desempenham mais influência na consecução das suas aprendizagens. Pretende-se conhecer o que é que os dois grupos mais valorizam e se há diferenças ness...

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Published inEducação e pesquisa Vol. 42; no. 1; pp. 115 - 130
Main Authors Alves, José Matias, Cabral, Ilídia
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published 01.03.2016
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Summary:Resumo A problemática deste texto incide sobre a percepção de dois grupos de alunos com desempenhos acadêmicos diferenciados quanto aos fatores que desempenham mais influência na consecução das suas aprendizagens. Pretende-se conhecer o que é que os dois grupos mais valorizam e se há diferenças nessa percepção de impacto. Através de um inquérito por questionário aberto a 39 alunos de dezesseis escolas/agrupamentos da rede Fénix (programa Mais Sucesso Escolar), estratificados em dois grupos (alunos com bons resultados escolares e alunos com fraco aproveitamento), conhecemos as suas representações sobre os fatores que mais os fazem aprender. Para ler essa produção, usou-se a categorização das boas escolas apresentada por MacBeath (1999), concluindo-se que as variáveis apoio às suas aprendizagens, relações existentes quer entre alunos quer entre estes e os docentes, a organização e comunicação e o valor que reconhecem na educação são as mais referidas, o que está em linha com a generalidade do conhecimento disponível. Concluiu-se ainda que as variáveis de natureza mais organizacional e não diretamente observáveis pelos alunos tendem a não ser referenciadas, sobretudo no caso dos alunos com desempenhos escolares mais baixos. Por fim, anotam-se alguns riscos implícitos de um projeto que faz da diferenciação uma mais-valia educativa, mas que pode fazer emergir a crescente desigualdade entre alunos. Abstract This article focuses on the perception of two groups of pupils with different academic performances regarding the factors that most influence their learning. We intend to know what these two groups value the most in such learning and whether there are differences in such perception. By means of an open questionnaire applied to 39 pupils of 16 schools from the Fénix network (“More School Success” program), stratified in two groups (pupils with good academic results and pupils with poor academic results), it has been possible to know their representations of the factors that make them learn the most. To read this production we used the good schools’ categorization by MacBeath (1999), and concluded that the dimensions (i) support to their learning, (ii) relations between pupils and between pupils and teachers, (iii) organization and communication, and (iv) value attributed to education are the most referred, which is aligned with the generality of the knowledge available. It can also be concluded that the dimensions with a more organizational nature, non-directly observable by pupils, tend not to be referred, especially by pupils with lower academic results. Last, we note that some implicit risks of a project that makes differentiation an educational surplus value, but that may contribute to the emergence of growing inequality between pupils.
ISSN:1517-9702
1517-9702
DOI:10.1590/S1517-9702201603135817