UMA REFLEXÃO SOBRE A ATUAÇÃO DE UMA COLETIVA DE MULHERES NEGRAS NA PESPECTIVA DA DECOLONIALIDADE

A luta das mulheres negras por inclusão e justiça social, tem sido historicamente marcada por desafios, tensões e avanços. A partir da década de 1970, vemos a efervescência das organizações de mulheres negras no Brasil, na resistência às opressões, desigualdades sociais, e pela visibilidade de suas...

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Published inPeriferia (Duque de Caxias) Vol. 14; no. 2; pp. 115 - 133
Main Authors Eiterer, Carmem Lucia, Da Silva, Tatiana Neves
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published 23.08.2022
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Summary:A luta das mulheres negras por inclusão e justiça social, tem sido historicamente marcada por desafios, tensões e avanços. A partir da década de 1970, vemos a efervescência das organizações de mulheres negras no Brasil, na resistência às opressões, desigualdades sociais, e pela visibilidade de suas narrativas nos diversos espaços sociais. Diante do silenciamento e invisibilidade impostos pela branquitude: hegemônica, eurocêntrica, racista, colonial, as mulheres negras refletem juntas, sobre os enfrentamentos a esse sistema, à colonialidade do poder, saber e ser (QUIJANO,2005). Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é refletir a respeito das estratégias de superação das desigualdades e de busca por justiça social, engendradas por uma Coletiva de Mulheres Negras, atuante em um Aglomerado de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. Essa coletiva afeta mulheres, em sua maioria negras, da periferia em que está sediada. Esses afetos (ações) são pensados no sentido do cuidado e autocuidado, da potencialização da educação antirracista, da tentativa de diminuição da insegurança alimentar, ainda mais presente no cenário da Pandemia de COVID-19. Nessa direção, verifica-se que essa organização de mulheres alcança e acolhe um território, que fica à margem das ações do poder público. Dessa forma, a única atuação ostensiva do Estado é observada na força policial, que em diversas ocasiões, mostra-se de forma violenta na periferia. Para tecer as reflexões pretendidas nesse artigo, estabelece-se diálogo com o feminismo negro decolonial e com autores que nos auxiliam a compreender a dimensão interseccional de raça, gênero e classe social.
ISSN:1984-9540
1984-9540
DOI:10.12957/periferia.2022.65014