O ethos da inexistência

In the line of dialogue between discourse studies and argumentation studies, we analyze the construction of ethos in the paratext of the book Recordações da minha inexistência - memórias (Recollections of my non-existence – memoir) by Rebecca Solnit (2021). In view of a writing that traces a counter...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inLinha d'água Vol. 37; no. 1; pp. 228 - 244
Main Authors Santos, Girlandia Gesteira, Santos, Yuri Andrei Batista, Torga, Vânia Lúcia Menezes
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published 14.03.2024
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:In the line of dialogue between discourse studies and argumentation studies, we analyze the construction of ethos in the paratext of the book Recordações da minha inexistência - memórias (Recollections of my non-existence – memoir) by Rebecca Solnit (2021). In view of a writing that traces a counter-hegemonic discourse in the underlying social context in the argumentative dimension, an important point to observe is how the discursive project of this autobiographical writing articulates itself in the construction of the narrative ethos of the author-narrator-personage. To this end, we will analyse the paratextual elements of the work. We consider that the ethos of female non-existence in this work occurs in linguistic and extralinguistic conditions that compose a self which resonates in the collectivity. From the analyses of the paratext of the work, we highlight how the construction of the discursive ethos of the author-narrator-character reflects and refracts the constitutive social conflicts of female self-representation in contemporaneity, in an aporetic way marking the female self-reference through the logic of a non-place. Na linha do diálogo entre os estudos do discurso e os estudos da argumentação, analisamos a construção do ethos no paratexto da obra Recordações da minha inexistência - memórias, de Rebecca Solnit (2021). Tendo em vista uma escrita que traça um discurso contra hegemônico no contexto social subjacente, importa-nos observar como o projeto de dizer dessa escrita autobiográfica se articula em função da construção do ethos discursivo da autora-narradora-personagem. Para tanto, analisamos as construções discursivas dos elementos paratextuais da obra. Consideramos que o ethos da inexistência feminina nessa obra se dá em condições linguísticas e extralinguísticas que compõem um eu que ressoa na coletividade. A partir das análises do paratexto da referida obra, destacamos como a construção do ethos discursivo da autora-narradora-personagem reflete e refrata os conflitos sociais constitutivos da autorrepresentação feminina na contemporaneidade de forma aporética, demarcando a autorreferência feminina por meio da lógica de um não-lugar.
ISSN:0103-3638
2236-4242
DOI:10.11606/issn.2236-4242.v37i1p228-244