Aspiração de corpo estranho em crianças: aspectos clínicos, radiológicos e tratamento broncoscópico

OBJETIVO: Descrever manifestações clínicas e tratamento broncoscópico da aspiração de corpo estranho em crianças menores de 14 anos de idade, correlacionando com achados broncoscópicos. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, descritivo analisando prontuários de todas as crianças menores de 14 anos de idade...

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Published inJornal brasileiro de pneumologia Vol. 34; no. 2; pp. 74 - 82
Main Authors Fraga, Andrea de Melo Alexandre, Reis, Marcelo Conrado dos, Zambon, Mariana Porto, Toro, Ivan Contrera, Ribeiro, José Dirceu, Baracat, Emilio Carlos Elias
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia 01.02.2008
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Summary:OBJETIVO: Descrever manifestações clínicas e tratamento broncoscópico da aspiração de corpo estranho em crianças menores de 14 anos de idade, correlacionando com achados broncoscópicos. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, descritivo analisando prontuários de todas as crianças menores de 14 anos de idade atendidas no Hospital das Clinicas da Universidade Estadual de Campinas de janeiro de 2000 a dezembro de 2005, submetidas à broncoscopia por suspeita clínica de aspiração de corpo estranho. RESULTADOS: Foram analisados 69 pacientes, com idade entre 8 meses e 12 anos/7 meses (75,4% abaixo de 3 anos), dos quais 62,3% eram do sexo masculino. A principal queixa foi tosse súbita (75,4%). Em 74% dos casos houve alteração de ausculta pulmonar e dispnéia foi observada em 20 crianças (29%). Um total de 88% apresentou alteração radiológica. A aspiração ocorreu predominantemente em pulmão direito (54,8%), com material de origem vegetal, destacando feijão e amendoim (30,7%). Complicações ocorreram em 29% dos pacientes, sendo pneumonia a mais comum, e foram associadas ao tempo maior de aspiração (p = 0,03). Um total de 7 pacientes (10,1%) necessitaram ventilação mecânica, e 5 (7,2%) foram submetidos a mais de uma broncoscopia. CONCLUSÃO: História clínica com início súbito de engasgo e tosse, anormalidades na ausculta pulmonar e na radiografia de tórax caracterizam o quadro clínico de aspiração e são indicativas de broncoscopia. Quanto maior o tempo de aspiração, maior o risco de complicações. A alta prevalência de corpos estranhos de origem vegetal alerta para a necessidade de programas preventivos dirigidos aos menores de 3 anos.
ISSN:1806-3756