Investigando uma política fracassada: o Estado francês e a demografia médica (1960-2015)

A França nunca teve mais médicos do que atualmente. Contudo, o sistema de saúde francês é caracterizado por uma distribuição muito desigual da oferta de cuidados, tanto que o acesso a cuidados médicos se torna mais difícil para segmentos cada vez maiores da população. Esta situação é ainda mais surp...

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Published inSaúde e sociedade Vol. 27; no. 3; pp. 682 - 692
Main Author Déplaude, Marc-Olivier
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published Sao Paulo Universidade de Sao Paulo, Faculdade de Saude Publica 01.07.2018
Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. Associação Paulista de Saúde Pública
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Summary:A França nunca teve mais médicos do que atualmente. Contudo, o sistema de saúde francês é caracterizado por uma distribuição muito desigual da oferta de cuidados, tanto que o acesso a cuidados médicos se torna mais difícil para segmentos cada vez maiores da população. Esta situação é ainda mais surpreendente desde os anos 1970, quando o Estado francês adquiriu instrumentos que deveriam regular o número de médicos em exercício no país, tanto em termos de sua força de trabalho geral quanto de sua distribuição entre especialidades. Por outro lado, desde o início dos anos 2000, os governos aumentaram as medidas para promover uma melhor distribuição geográfica dos médicos. Para entender o fracasso dessas medidas, este artigo estuda as lógicas sociais e políticas que foram predominantes em sua adoção e implementação. Baseando-se principalmente em arquivos administrativos, descreve-se como o Estado francês, em estreita relação com a comunidade médica, definiu o problema da demografia médica desde o início da década de 1960, e quais sucessivas respostas ele trouxe, sem conseguir resolver o problema.
ISSN:0104-1290
1984-0470
DOI:10.1590/s0104-12902018180492