PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS E HEMOCOMPONENTES TRANSFUNDIDOS NO PROTOCOLO DE TRANSFUSÃO MACIÇA EM PACIENTE COM HEMORRAGIA GRAVE EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA PARA O TRAUMA NO ESTADO DO CEARÁ

Este estudo tem como objetivo identificar o perfil dos pacientes atendidos no protocolo de transfusão maciça e quantificar cada hemocomponente transfudido nesses pacientes em um hospital terciário com referência para trauma no estado do Ceará. Trata-se de um estudo descritivo, documental, retrospect...

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Published inHematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 44; pp. S434 - S435
Main Authors Oliveira, JBF, Souza, NP, Barbosa, SAT, Carlos, LMB, Andrade, LO, Lucas, AKS, Cardoso, GB, Nobre, MF, Castro, NCM, Lima, CMF
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier España, S.L.U 01.10.2022
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Summary:Este estudo tem como objetivo identificar o perfil dos pacientes atendidos no protocolo de transfusão maciça e quantificar cada hemocomponente transfudido nesses pacientes em um hospital terciário com referência para trauma no estado do Ceará. Trata-se de um estudo descritivo, documental, retrospectivo e com abordagem quantitativa, realizado em um hospital de referência para o trauma no estado do Ceará. Foram analisadas as transfusões realizadas nos pacientes atendidos na emergência, no período de janeiro a dezembro de 2021. As variáveis estudadas foram: sexo, idade, mecanismo do trauma e hemocomponentes transfundidos em todos os pacientes politraumatizados. Os dados foram coletados pelo sistema de coleta de dados para o protocolo de transfusão maciça (SisPTM), e nas fichas de acompanhamento dos pacientes inseridos no protocolo implantado no hospital. As informações foram tabuladas e tratadas em planilha do programa Microsoft Office Excel 2010. Foram obedecidos todos os aspectos éticos e legais vigentes. No período em estudo, foram realizados 310 atendimentos aos pacientes que apresentavam critérios, que definiam o início do atendimento para o protocolo de transfusão maciça implantado no hospital. Para dar início as transfusões conforme o protocolo é necessário que o paciente apresente escore ABC ≥ 2. Nesse estudo identificamos que apenas 2 pacientes foram atendidos com ABC=0, 40 pacientes apresentaram somente 1 escore, e 148 pacientes apresentavam dois escores, 105 três escores e 14 quatro escores. Do total de atendimentos, 127 foram pacientes politraumatizados e 183 com outros diagnósticos. Foram 127 pacientes atendidos com politrauma, sendo 103 (81%) do sexo masculino e 24 (19%) do sexo feminino. Quanto à faixa etária, 13 (10%) foram jovens de 14 até 19 anos, 96 (75%) adultos de 20 a 59 anos e 18 (15%) idosos acima de 60 anos. Ao analisar os hemocomponentes transfundidos foram contabilizados: 324 concentrados de hemácias, 330 unidades de plasma, 13 concentrados de plaquetas e 470 unidades de crioprecipitado. Os dados mostram que 86,5% dos pacientes inseridos no protocolo apresentavam escore ABC ≥ 2, sendo o sexo masculino o mais prevalente. Quanto ao mecanismo do trauma, a maior incidência se relacionou aos acidentes envolvendo motocicletas. Os dados relativos à faixa etária mostram um predomínio de pacientes adultos (20 a 59 anos) em relação às demais idades. Dentre os hemocomponentes transfundidos observa-se que o crioprecipitado é o componente com o maior número de bolsas utilizadas, seguido do plasma e hemácias, em quantidade semelhante, o que está relacionado ao uso da relação 1:1 na transfusão de plasma e hemácias nos pacientes inseridos no protocolo. A dose de crioprecipitado utilizada foi ajustada ao nível de fibrinogênio apresentado pelo paciente na entrada no hospital e durante o atendimento do quadro de hemorragia. Os pacientes vítimas de trauma atendidos nesse hospital são de alta complexidade e com risco de choque hemorrágico. A implantação de um protocolo para reconhecer pacientes de risco para coagulopatia associada ao trauma e guiar seu atendimento, baseado no escore ABC e avalição laboratorial sistemática, ajudam na conduta, definição da indicação de transfusões, trazendo maior segurança para o paciente.
ISSN:2531-1379
DOI:10.1016/j.htct.2022.09.738