Clonidina por via venosa no pré-operatório do tratamento cirúrgico de catarata: avaliação do benefício clínico

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A clonidina tem sido utilizada na anestesia por acrescentar propriedades analgésicas e sedativas, e proporcionar maior estabilidade hemodinâmica com redução da pressão intra-ocular. Este estudo avalia os efeitos clínicos da clonidina (2,5 µg.kg-1), por via venosa, na press...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inRevista brasileira de anestesiologia Vol. 58; no. 4; pp. 342 - 353
Main Authors Lemes, Eduardo Tocchetto, Van Der Fritz, Fábio, Homrich, Paulo Henrique Poti, Stolz, Andressa Prestes, Freitas, Julio César Mercador de, Fortis, Elaine A. Felix
Format Journal Article
LanguagePortuguese
English
Published Sociedade Brasileira de Anestesiologia 01.08.2008
Subjects
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A clonidina tem sido utilizada na anestesia por acrescentar propriedades analgésicas e sedativas, e proporcionar maior estabilidade hemodinâmica com redução da pressão intra-ocular. Este estudo avalia os efeitos clínicos da clonidina (2,5 µg.kg-1), por via venosa, na pressão intra-ocular (PIO), na hemodinâmica e na recuperação pós-anestésica do tratamento cirúrgico de catarata. MÉTODOS: Realizou-se ensaio clínico duplamente encoberto, controlado por placebo e com distribuição aleatória, que incluiu pacientes que fossem realizar operação de catarata sob bloqueio peribulbar. Após monitoração, Momento 0 (M0), eram realizadas medidas iniciais de PIO, pressão arterial média (PAM), freqüência cardíaca (FC), SpO2 e o grau de sedação (Ramsay), e então administrado placebo (Grupo P) ou clonidina (Grupo C) por via venosa. Trinta minutos após, Momento 1 (M1), eram repetidas as medidas, e novamente ao término da operação, Momento 2 (M2). RESULTADOS: Entre M0 e M1, houve diminuição diferente da PIO, 14,5% no Grupo C e 5,25% no P (p = 0,01), mantendo suas médias reduzidas até M2. A PAM do Grupo C diminuiu 17% de M0 a M1 e aumentou 3,5% no Grupo P (p < 0,001), com recuperação da PAM do Grupo C até M2 (p = 0,17). A FC diminuiu 6,4% no Grupo C e 1% no Grupo P (p = 0,1) de M0 a M1. Houve aumento da sedação no Grupo C em relação ao P (p < 0,001), porém sem ocorrência de depressão respiratória. O RR de hipertensão arterial no intra-operatório do Grupo C foi 0,657 (IC95% 0,517 a 0,835), p < 0,01. Não houve diferenças em relação à incidência de taquicardia, hipoxemia, hipotensão arterial, nem retardo da alta hospitalar. CONCLUSÕES: A clonidina, nas condições deste estudo, foi um fármaco seguro e diminuiu a PIO e o risco de hipertensão arterial intra-operatória sem retardar a alta hospitalar.
ISSN:1806-907X
1806-907X
DOI:10.1590/S0034-70942008000400003