Parto cesáreo: quem o deseja? Em quais circunstâncias?

O Brasil apresenta altos índices de cesáreas. Este estudo investigou a existência de uma "cultura de cesárea", ou preferência por este tipo de parto, através de uma amostra de 909 puérperas (454 vaginais e 455 cesáreos) em duas maternidades do Município do Rio de Janeiro, onde entrevistas...

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Published inCadernos de saúde pública Vol. 19; no. 6; pp. 1611 - 1620
Main Authors Barbosa, Gisele Peixoto, Giffin, Karen, Angulo-Tuesta, Antonia, Gama, Andrea de Souza, Chor, Dóra, D’Orsi, Eleonora, Reis, Ana Cristina Gonçalves Vaz dos
Format Journal Article
LanguagePortuguese
English
Published Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 2003
Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz
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Summary:O Brasil apresenta altos índices de cesáreas. Este estudo investigou a existência de uma "cultura de cesárea", ou preferência por este tipo de parto, através de uma amostra de 909 puérperas (454 vaginais e 455 cesáreos) em duas maternidades do Município do Rio de Janeiro, onde entrevistas e revisão de prontuários foram realizados entre setembro de 1998 e março de 1999. Perguntou-se às mulheres se queriam que seu parto fosse cesáreo e a maioria absoluta (75,5%) respondeu "não", as razões principais sendo: "recuperação mais difícil e lenta no parto cesáreo" (39,2%) e "dor e sofrimento maior depois da cesárea" (26,8%). Apenas 17% das mulheres solicitaram cesárea e, destas, cerca de 75% o fizeram durante o trabalho de parto/parto. Análise mostrou que quanto maior o intervalo de tempo entre a admissão no hospital e o parto, mais freqüente é a solicitação. A maioria das mulheres, nas maternidades estudadas, não quer e não pede cesárea; ou seja, não existe uma ‘cultura’ feminina que valorize a cesárea como preferência. Além do desejo da laqueadura, as circunstâncias concretas da assistência no pré-parto/parto parecem influenciar no pedido da mulher.
ISSN:1678-4464
0102-311X
1678-4464
DOI:10.1590/S0102-311X2003000600006