MONÓCITOS DE PACIENTES COM POLICITEMIA VERA ESTÃO ENVOLVIDOS NA ERITROFAGOCITOSE

A eritropoiese em estresse (EE), caracterizada pelo aumento da atividade eritropoiética, é regulada pelos macrófagos centrais das ilhas eritroblásticas (IEs) através da expressão de moléculas de adesão celular, metabolismo de ferro e daquelas que identificam e fagocitam eritrócitos danificados e sen...

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Published inHematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 43; pp. S138 - S139
Main Authors Borges, MD, Costa, RS, Albuquerque, DM, Lanaro, C, Fertrin, KY, Costa, FF
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier España, S.L.U 01.10.2021
Elsevier
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Summary:A eritropoiese em estresse (EE), caracterizada pelo aumento da atividade eritropoiética, é regulada pelos macrófagos centrais das ilhas eritroblásticas (IEs) através da expressão de moléculas de adesão celular, metabolismo de ferro e daquelas que identificam e fagocitam eritrócitos danificados e senescentes. Esses receptores também são expressos nos monócitos (MCs), sugerindo que eles podem estar envolvidos na eritropoiese e na eritrofagocitose, especialmente os MCs intermediários CD14+CD16+ (MC-I) e clássicos CD14+CD16− (MC-C). A Policitemia Vera (PV) é caracterizada pela superprodução de células vermelhas, resultando em um estado crônico de EE. A depleção de macrófagos da IE em modelo animal de PV reverte a esplenomegalia e a eritrocitose, indicando seu papel importante na EE crônica presente na doença. Ainda não se sabe se os MCs têm o mesmo papel em humanos ou se eles têm expressões diferentes de moléculas-chave, o que poderia contribuir para maior severidade da doença. O objetivo deste trabalho foi investigar se MCs circulantes de pacientes com PV estão envolvidos na eritrofagocitose e qual o seu papel na EE crônica através das diferenças de expressão de moléculas de adesão á células eritroides, perfil anti-inflamatório, eritrofagocitose e metabolismo de ferro. Utilizando citometria de fluxo, MCs de sangue periférico de indivíduos controle (CTRL) e de pacientes PV foram investigados quanto a presença intracelular de glicoforina (CD235a) (nCTRL=13; nPV=17) e fenotipados para as moléculas: sialoadesina (CD169), VCAM1 (CD106), receptor do complexo hemoglobina-haptoglobina (CD163), receptor de manose (CD206), SIRPα (CD172) e ferroportina (Fpn) (nCTRL=21; nPV=17). A separação em subtipos foi feita através da expressão de CD14 e CD16. Comparados aos MCs CTRL, foi encontrada maior porcentagem de MCs PV circulantes contendo CD235a intracelular (0.35±0.07x4.48±1.08, p < 0.0001), indicando que eles participam da eritrofagocitose. Além disso, os MC-Cs PV apresentaram maior expressão de CD169 e CD106 e menor expressão de CD172 (1,167±216.6x1,834±241.9, p = 0.009; 1,427±217.1x2,849±182.3, p = 0.0004; 104,707±9,546 x 77,070±8,756, p = 0.0428, respectivamente); os MC-I tiveram maior expressão de CD169 e CD106 (2,221±322.4x3,150±321.8, p = 0.0371; 2,186±201.7x2,721±153.5, p = 0.0238, respectivamente); e os não clássicos CD14lowCD16+ (MC-NC) de CD206, CD163, CD172 e CD106 (181.2±8.5x268.6±13.4, p < 0.0001; 312.3±15.1x368.8±12.1, p = 0.0174; 13,923±2256x22,792±3211, p = 0.0161; 1,234±96x1,498±58.9 p = 0.004, respectivamente). A menor expressão de CD172 nos MC-Cs PV sugere menor sinal inibitório para a eritrofagocitose nessas células. Não houve diferença na expressão de Fpn. Apesar dos MC-Cs e MC-I já terem sido relacionados com a eritropoiese, os MC-NC apresentaram maior número de moléculas diferencialmente expressas, mostrando que também podem estar envolvidos. Isso sugere que os MCs PV são mais propensos a aderir a células eritroides e contribuir para a formação de IEs. A maior eritrofagocitose dos MCs PV circulantes foi acompanhada da maior expressão de marcadores relevantes para a adesão de células eritroides nos MCs de todos os subtipos. Mais estudos são necessários para um melhor entendimento do papel dos MCs na EE e na formação de IEs, fornecendo possíveis alvos para o tratamento da EE crônica presente na PV.
ISSN:2531-1379
DOI:10.1016/j.htct.2021.10.236