MORTALIDADE HOSPITALAR POR COVID-19 EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE REFERÊNCIA NO NORDESTE BRASILEIRO: AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE 1A E 2A ONDAS

O Brasil é o segundo país com mais mortes por COVID-19. Aqui descrevemos características clínicas e epidemiológicas e suas associações com óbito na 1ª e 2ª onda, em um hospital terciário dedicado ao tratamento de pacientes adultos com COVID-19 em Fortaleza (Ceará). Coorte retrospectiva de 2492 pacie...

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Published inThe Brazilian journal of infectious diseases Vol. 26; p. 101805
Main Authors Porto, Ana Paula M., Moreira, Francisco Jadson Franco, Junior, Antonio Brazil Viana, C. das Dores, Camila Campos, Júnior, André R. Castro, Deulefeu, Flávio C., Reis, Virgínia A.S., Severino, Rafaela N., Severino, Fernanda G., Freitas, Francisco Aislan da Silva, Santos, Artur P., Oliveira, Mayron F., Neto, José Xavier, Sobrinho, Carlos Roberto M.R., Holanda, Marcelo A.
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier España, S.L.U 01.01.2022
Elsevier
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Summary:O Brasil é o segundo país com mais mortes por COVID-19. Aqui descrevemos características clínicas e epidemiológicas e suas associações com óbito na 1ª e 2ª onda, em um hospital terciário dedicado ao tratamento de pacientes adultos com COVID-19 em Fortaleza (Ceará). Coorte retrospectiva de 2492 pacientes internados no Hospital Estadual Leonardo Da Vinci (HELV) com infecção confirmada por SARS-CoV-2 durante a 1ª (25/03 a 04/07/2020) e 2ª onda (01/01 a 13/04/2021). Dados foram extraídos de prontuários eletrônicos usando uma plataforma web padronizada (ResCOVID). Usamos regressão de Poisson para estimar fatores associados à mortalidade hospitalar em cada onda e o risco relativo de óbito ajustado por idade, sexo, comorbidade e marcadores à admissão hospitalar (relação SpO2/FiO2, suplementação de O2 e quick SOFA). 1039 pacientes morreram durante a internação. Houve uma redução significativa da mortalidade durante a 2ª onda (509/1405; 36,2%) em comparação à 1ª (530/1087; 48,8%), p < 0,001. Na 2ª onda observamos uma maior proporção de pacientes: sexo feminino (43,1 x 38,6%; p = 0.024), idade mais baixa (mediana: 56 x 64 anos; p < 0,001) e portadores de obesidade (30,4 x 23,4%; p < 0.001); porém uma menor prevalência de pacientes com pelo menos uma comorbidade (70,8 x 75,5%; p = 0.009). Idade mais baixa (30-39 anos: RR 0,66 [0,46-0,95], p = 0,024) e odinofagia foram associadas à redução de risco de mortalidade durante a 1ª onda e cefaleia (RR 0,87 [0,79-0,96] na 2ª. Encontramos associação entre risco aumentado de óbito e doença neurológica crônica na 1ª onda (RR 1,16 [1,01-1,33], p = 0,035) e falência renal aguda na 2ª onda (RR 1,13 [1,04-1,23], p = 0.004). Uso de ventilação mecânica invasiva (VMI) mostrou a mais forte associação com risco de óbito (1ª onda: RR 4,28 [2,86-6,41], p < 0.001; 2ª onda: RR 12,94 [3,4-49,12, p < 0,001). 89,2% (962/1075) dos pacientes em uso de VMI faleceram. O risco relativo reduzido de óbito na 2ª onda comparada à 1ª não persistiu após ajuste. Coorte de pacientes com COVID-19 em um hospital terciário de referência no Nordeste brasileiro comparando 1ª e 2ª ondas evidenciou elevada mortalidade com diferenças nos fatores associados ao risco de óbito, e uso de VMI mostrou a maior associação nas duas ondas. A diferença encontrada no risco não ajustado de óbito entre as ondas não persistiu após ajuste para idade, sexo, comorbidades e marcadores de gravidade à admissão.
ISSN:1413-8670
1678-4391
DOI:10.1016/j.bjid.2021.101805