PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) EM UM RECÉM - NASCIDO APÓS APLICAÇÃO DE PENICILINA CRISTALINA PARA TRATAMENTO DE SÍFILIS CONGÊNITA PRECOCE

A Sífilis Congênita (SC) é uma doença infecciosa decorrente da transmissão vertical do Treponema pallidum, ocorrendo, sobretudo, por via transplacentária, em qualquer fase da doença e estágio da gestação. Recém-nascido (RN), sexo masculino, 39 semanas e 9 dias, parto normal, pesando 3,142 kg, APGAR...

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Published inThe Brazilian journal of infectious diseases Vol. 27; p. 102864
Main Authors Neto, Horley Soares Britto, de Melo, Alexandre Magno Teixeira, Jesus, Pedro Henrique Santos de, Oliveira, Laíse Andrade, Lopes, Izailza Matos Dantas
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier España, S.L.U 01.10.2023
Elsevier
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Summary:A Sífilis Congênita (SC) é uma doença infecciosa decorrente da transmissão vertical do Treponema pallidum, ocorrendo, sobretudo, por via transplacentária, em qualquer fase da doença e estágio da gestação. Recém-nascido (RN), sexo masculino, 39 semanas e 9 dias, parto normal, pesando 3,142 kg, APGAR 7/8 ao nascimento. A mãe apresentou VDRL positivo 1:8 no segundo trimestre de gestação, realizou tratamento inadequado devido a dose incorreta e o parceiro não foi tratado. O RN apresentou VDRL 1:16, líquor não reagente e raio X de ossos longos com alterações metafisárias sugestivas de SC. O tratamento prescrito foi Penicilina Cristalina por 10 dias. No primeiro dia da aplicação da Penicilina, a criança apresentou Parada Cardiorrespiratória (PCR), sendo transferida para um hospital terciário com diagnóstico de reação anafilática à droga e após a intercorrência apresentou convulsão cessada com Fenobarbital 4%. Nessa unidade, foi realizada aplicação da Penicilina Cristalina, com diluição adequada, sem intercorrências. O RN evoluiu com atraso de desenvolvimento neuropsicomotor, crescimento adequado para peso, comprimento e IMC. Gestantes que durante o pré-natal tiveram sorologia positiva para sífilis, deve - se avaliar se o tratamento foi feito com 06 doses de Penicilina, sendo 2 doses de intervalo semanal, antecedendo 30 dias do parto. Nesse sentido, os RN, de puérperas inadequadamente tratadas, com sinais clínicos ou laboratoriais, que reportem à Sífilis, devem ser tratados com Penicilina Cristalina. A frequência de reação anafilática à Penicilina é em torno de 0,04% a 0,2%, com taxa de letalidade de 0,001%. Tratando-se da Penicilina Benzatina a chance de ocorrer eventos anafiláticos é baixa, ocorre de 0 - 3 por 100.000 injeções intramusculares. Nesse contexto, é uma droga segura e bem tolerada nos RN, os efeitos adversos potenciais são reações locais e a possibilidade da reação de Jarisch-Herxheimer, produto da liberação de toxinas da lise do T. pallidum, em gestantes ocorrendo febre de 2 a 12 horas depois da aplicação, tendo risco de prematuridade e abortamento. É raro ocorrer, no bebê, colapso cardiovascular, convulsões e morte. Assim, conclui - se que não houve choque anafilático pela Penicilina Cristalina, pois houve término do tratamento no hospital terciário sem intercorrências, junto a isso, a literatura afirma que é um medicamento com quantidade de reações alérgicas igual a qualquer outra droga.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.102864