CURVA ABC COMO FERRAMENTA PARA PRIORIZAR ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO DE ANTIMICROBIANOS

No Brasil, de acordo com a Anvisa, mais da metade dos hospitais não tem implementado Programas de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA). Uma das dificuldades é o insuficiente número de profissionais para isso. Com a limitação de recursos, estratégias são essenciais para gerenciar os principais anti...

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Published inThe Brazilian journal of infectious diseases Vol. 27; p. 102834
Main Authors Ricieri, Marinei Campos, de Andrade, Beatriz Nayra Dias, Neves, Kharol, Lanzoni, Laura de Almeida, Sestren, Bianca, Netto, Harli Pasquini, Motta, Fábio de Araújo
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier España, S.L.U 01.10.2023
Elsevier
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Summary:No Brasil, de acordo com a Anvisa, mais da metade dos hospitais não tem implementado Programas de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA). Uma das dificuldades é o insuficiente número de profissionais para isso. Com a limitação de recursos, estratégias são essenciais para gerenciar os principais antimicrobianos (ATM), em termos de consumo e custos. Uma ferramenta de gestão que auxilia nessa escolha é a Curva ABC, que classifica os itens de acordo com a quantidade consumida e o impacto financeiro. O objetivo desse trabalho foi analisar a Curva ABC de um hospital de alta complexidade e com PGA implantado para direcionar estratégias para o gerenciamento de ATM, que impactem principalmente em redução de custos. Estudo retrospectivo e quantitativo de levantamento de dados das Curvas ABC de um hospital pediátrico do Sul do Brasil. O período de análise foi de 2019 a 2022. O relatório da Curva ABC foi obtido pelo sistema de gestão hospitalar e reflete o consumo (n° frascos) e despesas (preço de custo) com medicamentos. Foram calculados a representatividade média anual (%) do ATM em relação ao total de medicamentos padronizados e os ATM foram divididos em categorias (antibiótico, antifúngico e antivirais). A representatividade média dos custos de ATM foi de 19,8% em relação ao total de medicamentos. Esse dado corrobora com a literatura que prevê que as despesas hospitalares com medicamentos é de 20 a 50% destinada aos ATM. O Meropenem foi o item mais consumido nos 4 anos analisados. Por meio desse resultado, o PGA da referida instituição priorizou a estratégia de carbapenem-sparing para gerenciar com critérios bem definidos o uso de meropenem, sobretudo fora das unidades críticas. Em relação aos custos, as maiores despesas com ATM foram: Meropenem (2019), Micafungina (2020 e 2021) e Anfotericina B lipossomal (2022). Sobre a categorização dos ATM do ponto de vista do custo, os antibióticos representaram uma média de 46%, antifúngicos 42% e antivirais 12%. Isso sugere que o antifúngico tem um alto impacto financeiro, embora a quantidade de itens seja 4x menor que os antibióticos. Ou seja, um Antifungal Stewardship Program é estratégico para esta instituição. A curva ABC permitiu identificar quais os ATM foram mais impactantes do ponto de vista de consumo (meropenem) e custo (antifúngicos) e definir e/ou priorizar estratégias direcionadas de gerenciamento, principalmente na perspectiva da gestão financeira.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.102834