INTERNAÇÕES POR AIDS NO BRASIL: AS DIFERENTES TENDÊNCIAS EM UM PAÍS CONTINENTAL

A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), causada pelo vírus da imunodeficiência humana, é uma doença que apresenta diferentes retratos no Brasil. A natureza multifacetada da doença envolve aspectos distintos nas diversas regiões do país, aumentando a necessidade de acompanhamento das suas te...

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Published inThe Brazilian journal of infectious diseases Vol. 27; p. 103022
Main Authors de Souza Filho, Luciano Araújo, Passos, Flávia Moreira Dias, Nascimento, Vanessa Alves, dos Santos, Guilherme Pedralina, Ribeiro, Beatriz Santana, Filho, Walmer Carvalho, de Oliveira Góes, Marco Aurélio
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier España, S.L.U 01.10.2023
Elsevier
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Summary:A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), causada pelo vírus da imunodeficiência humana, é uma doença que apresenta diferentes retratos no Brasil. A natureza multifacetada da doença envolve aspectos distintos nas diversas regiões do país, aumentando a necessidade de acompanhamento das suas tendências ao longo dos anos. Com isso, o estudo tem como objetivo avaliar a tendência temporal das internações no Sistema Único de Saúde (SUS) por HIV/aids no Brasil. Trata-se de um estudo tipo série temporal das internações por HIV/aids no Brasil de 2008 a 2022. Os dados foram obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde a partir dos bancos de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). As tendências temporais foram analisadas por meio de modelos de regressão Joinpoint (regressão linear segmentada), sendo calculada a variação percentual anual média (AAPC - average annual percent change) para o período completo. No período foram registradas no SIH/SUS 476.618 internações por HIV/aids no Brasil, sendo 304.836 no sexo masculino (63,9%). As internações apresentaram tendência decrescente (AAPC = -3,4), tanto no sexo masculino (AAPC = -15,8) como no feminino (AAPC = -4,4). Também verificada a tendência decrescente da letalidade dos casos internados (AAPC-1,73). Excetuando-se a faixa etária de 60 anos e mais (tendência estacionária), em todas as demais a tendência foi decrescente. Na região Norte a tendência de internações por HIV/aids foi crescente (AAPC = 2,3), no Nordeste as taxas de internações permaneceram estabilizadas. A tendência foi decrescente no Sul (AAPC = -6,5) e Sudeste (AAPC = -7,1). Na região Centro-Oeste é possível identificar uma segmentação na tendência, sendo crescente entre 2008 e 2017 e decrescente entre 2017 e 2022. O estudo mostrou queda da taxa de internações no país por HIV/aids, no entanto, ainda se observa disparidades entre as diferentes regiões do país, evidenciando a necessidade crescente de políticas públicas de prevenção e controle, sobretudo com um olhar direcionado aos aspectos locais e regionais.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.103022