EPIDEMIOLOGIA E CLÍNICA DE PACIENTES INTERNADOS POR MPOX NO HOSPITAL SÃO JOSÉ DE DOENÇAS INFECCIOSAS, CEARÁ, NO ANO DE 2022

O vírus Mpox pertence ao gênero Orthopoxvírus, família Poxviridae. Em março de 2022, inúmeros casos da doença foram identificados no mundo, tornando-se uma emergência global. O objetivo deste estudo foi descrever as características clínico-epidemiológicas dos pacientes com diagnóstico de mpox intern...

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Published inThe Brazilian journal of infectious diseases Vol. 27; p. 103451
Main Authors Farias, Luís Arthur Brasil Gadelha, do Nascimento Aragão, Vladmir, de Sousa, Lucas Ribeiro, Jucá, Marina Catunda Pinheiro, da Silva, Ana Danielle Tavares, Neto, Lauro Vieira Perdigão, Damasceno, Lisandra Serra
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier España, S.L.U 01.10.2023
Elsevier
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Summary:O vírus Mpox pertence ao gênero Orthopoxvírus, família Poxviridae. Em março de 2022, inúmeros casos da doença foram identificados no mundo, tornando-se uma emergência global. O objetivo deste estudo foi descrever as características clínico-epidemiológicas dos pacientes com diagnóstico de mpox internados no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ). Trata-se de estudo tipo série de casos. Foram incluídos pacientes com diagnóstico confirmado de mpox por RT-PCR, internados no HSJ em 2022. Foram identificados 586 pacientes suspeitos de mpox; 6,1% (n = 360) dos casos confirmaram o diagnóstico, e destes, sete (1,9%) foram internados. Todos os pacientes eram do sexo masculino. A mediana de idade foi 28 anos (IIQ 23-39). A maioria dos pacientes eram procedentes de Fortaleza (85,7%). Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) foi observada em quatro pacientes (57,1%). Dois pacientes estavam em abandono da terapia antirretroviral (TARV), e apresentavam aids avançada (linfócitos T CD4+ < 200 cels/mm3). A carga viral do HIV foi de 61 e 4.941 cópias/mm³. Dois pacientes faziam uso regular da TARV, e estavam com controle virológico sustentado. A contagem de linfócitos T CD4+ nestes pacientes foi 447 e 565 cel/mm³. As principais indicações para o internamento foram manejo álgico das lesões (42,8%), enterorragia (14,3%), abscesso perianal (14,3%), infecção secundária (14,3%) e precaução de contato de paciente institucionalizado (14,3%). As lesões cutâneas foram identificadas nas regiões genital (85,7%), tronco/dorso (85,7%), face (28,6%) e extremidades (28,6%). As principais característica das lesões cutâneas observadas foram lesões ulceradas (42,8%), vesiculares (28,6%), verrucosas (14,3%) e eritemato-papulosas com umbilicação central (14,3%). Lesões crostosas cornu cutaneum like foram observadas nos pacientes em abandono de TARV. Outros sintomas observados foram febre (85,7%), dor abdominal (57,2%), dor anal (57,2%) e cefaleia (42,9%). Um paciente, no quinto mês de hospitalização, recebeu tecovirimat por 14 dias com resolução do quadro. A mediana de internamento foi 28,5 dias (IIQ 11-42). Seis pacientes receberam alta hospitalar (85,7%), e um paciente foi a óbito (14,3%). Casos de mpox geralmente são autolimitados, entretanto indivíduos podem necessitar de internamento, devido as complicações, principalmente em pacientes imunossuprimidos.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.103451