CARACTERÍSTICAS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICAS DO CALAZAR NO CENTRO SUL DA BAHIA

Descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de Leishmaniose Visceral (LV), na região de Guanambi-BA, de janeiro de 2018 a dezembro de 2022. Trata-se de um estudo transversal, com dados estatísticos e epidemiológicos fornecidos pela Vigilância Epidemiológica Municipal através de fichas de...

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Published inThe Brazilian journal of infectious diseases Vol. 27; p. 103520
Main Authors Teixeira, Vanessa Cristina, Cardoso, Danielle Aguiar Viana, Silveira, Marina Araújo, Almeida, Ana Beatriz Figuerêdo, Aguiar, Bruno Neto Martins, Teixeira, Maria Fernanda Fernandes, Filho, Hernan Carlos Sampaio, Cardoso, Tarcísio Viana
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier España, S.L.U 01.10.2023
Elsevier
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Summary:Descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de Leishmaniose Visceral (LV), na região de Guanambi-BA, de janeiro de 2018 a dezembro de 2022. Trata-se de um estudo transversal, com dados estatísticos e epidemiológicos fornecidos pela Vigilância Epidemiológica Municipal através de fichas de notificação do Sistema de Informação local. Para as informações obtidas realizaram-se cálculos de frequências e médias utilizando-se os programas Microsoft Office Excel® 2019 e BioEstat® 5.0. Foram notificados 85 casos suspeitos de LV, sendo 22 confirmados no período do estudo. O período de maior proporção de casos foi no ano de 2022 com 36% (8/22) dos casos. Em relação a faixa etária, observamos maior incidência na população com mais de 60 anos, que acumulou 27,2% (6/22) dos casos, com outro pico de incidência na população com idade entre 1 e 9 anos, com 22,7% (5/22) das ocorrências. O sexo masculino foi afetado em 72% (16/22) das vezes e 81% (18/22) do total de casos ocorreram na zona urbana. Todos os pacientes avaliados tiveram seu diagnóstico baseado em critérios laboratoriais, sendo o exame parasitológico positivo em 31,8% (7/22) das investigações e a reação de imunofluorescência indireta positiva em 77,2% (17/22). Com relação à classificação dos casos, 95,4% (21/22) foram casos novos e 4,5% (1/22) recidiva da doença. A coinfecção leishmaniose-HIV estava presente em 9% (2/22). A droga mais utilizada para tratamento foi a Anfotericina B lipossomal, prescrita em 75% (12/16) dos casos tratados no município, ficando Glucantime como tratamento para 25% (4/16). 70% (14/20) dos pacientes tratados no município evoluíram para a cura, sendo que 02 pacientes foram transferidos após diagnóstico para tratamento em Salvador-BA, e a taxa de letalidade foi de 30% (06/20). A autoctonia foi registrada em 100% dos casos notificados. Com relação ao quadro clínico, a febre foi a manifestação mais frequente em 90,9% (20/22) dos participantes, seguido pela esplenomegalia em 63% (14/22). O estudo demonstrou maior prevalência da doença em crianças e idosos, sexo masculino e nos residentes da zona urbana. Embora seja uma doença tratável, ainda apresenta alta taxa de letalidade na nossa região, o que pode ser por atraso no diagnóstico. Este estudo reforça a necessidade de políticas públicas para combate do vetor e treinamento das equipes de saúde para diagnóstico precoce da doença, o que pode melhorar o prognóstico da mesma.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.103520