O sítio Jabuti, em Bragança, Pará, no cenário arqueológico do litoral amazônico

Quarenta anos após a conclusão do Projeto Salgado, no nordeste paraense, arqueólogos retomam pesquisas na região, investigando questões relacionadas a ocupações humanas pré-coloniais do litoral. São apresentados os primeiros resultados da pesquisa no sítio arqueológico Jabuti, localizado no municípi...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inBoletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas Vol. 6; no. 2; pp. 335 - 345
Main Authors Maura Imazio da Silveira, Elisangela Regina de Oliveira, Dirse Clara Kern, Marcondes Lima da Costa, Suyanne Flávia Santos Rodrigues
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Museu Paraense Emílio Goeldi
Subjects
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:Quarenta anos após a conclusão do Projeto Salgado, no nordeste paraense, arqueólogos retomam pesquisas na região, investigando questões relacionadas a ocupações humanas pré-coloniais do litoral. São apresentados os primeiros resultados da pesquisa no sítio arqueológico Jabuti, localizado no município de Bragança (PA), na Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperuçu. Trata-se de um sítio cerâmico, a céu aberto, do tipo habitação, com manchas de terra preta arqueológica. O material coletado constitui-se, principalmente, de fragmentos de cerâmica, alguns líticos lascados e corantes. A datação única C14 obtida indica que o sítio foi ocupado há pelo menos 2.900 anos BP. Interessante notar que, segundo esta datação, a ocupação ocorreu no segundo momento do modelo estabelecido por Pedro Walfir Martins Souza Filho e colaboradores, em artigo publicado em 2009, sobre a evolução geológica da zona bragantina do litoral do Salgado, ou seja, o sítio estava situado na maior ilha de terra, próximo ao continente. As características observadas no material cerâmico desse sítio remetem à tradição cerâmica Mina. Inicialmente, duas hipóteses são levantadas: 1) a ocorrência de cerâmica Mina neste tipo de sítio arqueológico pode indicar alguma forma de contato entre grupos sambaquieiros e outros grupos ceramistas; ou, ainda, 2) uma mudança na economia e no modo de vida dos grupos sambaquieiros em direção ao cultivo.
ISSN:2178-2547
DOI:10.1590/S1981-81222011000200006