Os Fundamentos da Técnica da Transferência de 1895 a 1905

Resumo Este artigo é resultado de uma pesquisa bibliográfica, de caráter histórico e teórico, que investigou, de modo pormenorizado, a discussão em Freud sobre a transferência no período que vai de sua primeira descrição clínica até sua conceituação. Partimos do pressuposto de que para problematizar...

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Published inPsicologia: Ciência e Profissão Vol. 37; no. 1; pp. 132 - 145
Main Authors Fabiano Chagas Rabêlo, Leonardo Danziato, Carlos José Cerqueira Veras Filho, Rodrigo Barbosa Silva Quadros, Gustavo Oliveira Carvalho
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Conselho Federal de Psicologia
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Summary:Resumo Este artigo é resultado de uma pesquisa bibliográfica, de caráter histórico e teórico, que investigou, de modo pormenorizado, a discussão em Freud sobre a transferência no período que vai de sua primeira descrição clínica até sua conceituação. Partimos do pressuposto de que para problematizar o manejo da transferência na clínica, o modo pelo qual este conceito foi construído é tão elucidativo quanto o seu conteúdo teórico, salientando que a transferência está no cerne do debate sobre a especificidade do método psicanalítico, seu estatuto de cientificidade e sua aplicação em diferentes contextos. Iniciamos com o comentário de sua descrição em 1895. É acompanhada a inserção de acréscimos metapsicológicos nos anos seguintes. Neles, o substantivo transferência vem designar ora o modo de funcionamento energético do psiquismo, ora a lógica causal da etiologia das neuroses. Esses acréscimos ensejam a reformulação da ideia de trauma e esclarecem o papel da fantasia e dos componentes sexuais na constituição dos sintomas. O livro dos sonhos consagra a transferência em uma acepção mais ampla, promovendo uma mudança da ideia de retroação, que recebe um sentido mais próximo ao de atualização. Freud retorna à transferência no sentido descritivo para problematizar a inclusão do analista nas formações do inconsciente do analisando. Depois de localizados os efeitos de duas crises – a dissolução do laço transferencial com Fliess e o impasse no tratamento de Dora – frisamos ao final como a conceituação da transferência acarreta uma mudança na abordagem do fenômeno da sugestão e da técnica da interpretação.
ISSN:1982-3703
DOI:10.1590/1982-3703003712015