CUIDADOS NA FASE PRÉ-ANALÍTICA: QUALIFICAÇÃO DE TUBOS PARA COLETA DE AMOSTRAS NA TRIAGEM SOROLÓGICA DE DOADORES DE SANGUE

• Published in: Hematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 46; p. S895
• Main Authors: Brandão, CPU, Silva, VAL, Coelho, CDD, Salim, SMA, Santos, LXD, Oliveira, PS, Faria, SSR, Ferreira, CSMN
• Format: Journal Article
• Language: English
• Published: Elsevier España, S.L.U 01.10.2024; Elsevier
• ISSN: 2531-1379
• DOI: 10.1016/j.htct.2024.09.1519

Este trabalho tem como objetivo descrever as ações promovidas pelo Laboratório de Sorologia para a qualificação de tubos no Serviço de Hemoterapia do Hospital Federal dos Servidores do Estado. A partir de 2019, o Laboratório de Sorologia iniciou a qualificação do insumo, e, portanto, qualquer novo tubo para coleta à vácuo, sem anticoagulante, com gel separador adquirido é avaliado antes da sua utilização. Um protocolo de qualificação foi elaborado descrevendo os procedimentos a serem realizados nas fases pré-analítica e analítica, com quesitos necessários e os respectivos critérios de aceitação. Para auxiliar, foram criados formulários divididos por área: Coleta e Sorologia. Na implantação, os locais de armazenamento foram verificados, certificando-se de que apresentavam as condições necessárias para a estocagem do produto. Os procedimentos de pré-centrifugação e centrifugação foram padronizados, e hoje estão alinhados ao uso de equipamentos qualificados como centrífugas e analisadores de imunoensaio. Inicialmente, são verificadas as informações sobre lote, validade, registro na ANVISA, e fornecimento de instruções do produto. A cada qualificação a equipe da sala de coleta recebe orientações sobre o correto uso do material. Paralelo ao tubo padronizado, são coletadas no mínimo 70 amostras no tubo em qualificação, e neste momento, os profissionais da sala já verificam se há presença de características que representem desvios de qualidade. No Laboratório de Sorologia, na etapa de pré-centrifugação é verificada a existência de tampa com capa protetora e a capacidade de retração do coágulo. Após a centrifugação, os 70 tubos em qualificação são avaliados quanto a parâmetros físicos: integridade do tubo e do gel, separação do soro, resistência da rolha e hemólise. Dentre esses, 30 são testados para os marcadores sorológicos de triagem: HIV Ab/Ag, HTLV-I/II, HCV Ab, Anti-HBc, HBsAg, Chagas e anti-Treponema pallidum , os resultados são comparados com os dos tubos padronizados para avaliação de concordância. Ao final do estudo, os dados registrados pelas duas áreas e os resultados dos testes de triagem são compilados e analisados, e por fim, é elaborado um relatório de qualificação de insumo. Após cinco anos da implantação, foram realizadas 8 qualificações, variando-se quanto ao volume do tubo, em 6 marcas diferentes. Dos 8 tipos de tubos qualificados, até o momento, 6 foram aprovados e 2 reprovados, ou seja, as ações descritas evitaram a aquisição ou utilização de insumos sem os requisitos de qualidade exigidos em pelo menos duas ocasiões. Houve redução no número de manutenções do equipamento analisador relacionados ao uso de amostras inadequadas e redução da inaptidão sorológica por fatores interferentes nos testes de triagem. A qualidade da amostra coletada pode impactar nas rotinas e nos testes de triagem, por isso, é necessário garantir a aquisição de materiais que cumpram as especificações, assegurar o seu uso adequado e padronizado, reduzindo assim potenciais fatores interferentes que possam influenciar na fase analítica do processo. Assim, é possível concluir que as condutas adotadas e o trabalho realizado pelo Laboratório de Sorologia com a colaboração da equipe da sala de coleta foi importante na melhoria dos processos e redução de impactos na triagem sorológica de doadores.