SOBREVIDA APÓS UM SEGUNDO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (TCTH) EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIAS AGUDAS: PODEMOS FAZER MELHOR?
Avaliar a Sobrevida Global (SG) após o segundo TCTH em pacientes (pts) pediátricos com leucemias agudas no período de 2010 e 2021 em 4 centros brasileiros. Descrever a incidência cumulativa de progressão e a Sobrevida Livre de Progressão (SLP), as principais causas de óbito após o TCTH. Estudo retro...
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Published in | Hematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 46; pp. S1026 - S1027 |
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Main Authors | , , , , , , , , , |
Format | Journal Article |
Language | English |
Published |
Elsevier España, S.L.U
01.10.2024
Elsevier |
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Summary: | Avaliar a Sobrevida Global (SG) após o segundo TCTH em pacientes (pts) pediátricos com leucemias agudas no período de 2010 e 2021 em 4 centros brasileiros. Descrever a incidência cumulativa de progressão e a Sobrevida Livre de Progressão (SLP), as principais causas de óbito após o TCTH.
Estudo retrospectivo observacional não randomizado por análise de prontuários. Análise estatística realizada com a plataforma R (versão 4.4.0)
No período do estudo, 376 pts foram submetidos ao TCTH por leucemias agudas (LLA = 263; LMA = 96; Bifenotípica = 14), sendo que 33 receberam um segundo TCTH (LLA = 21 e LMA = 12). A mediana de idade foi de 9 anos (1‒18 anos), sendo 66% (n = 22) do sexo masculino. As indicações de re-transplante foram: recidiva (n = 21, 64%) e rejeição (n = 12, 36%). Quanto ao status da doença pré-transplante, 69% tinham Doença Residual Mínima (DRM) negativa por imunofenotipagem, 21% positiva e em 10% tinham o dado indisponível. A maioria dos pts re-transplantados por recaída (19/21, 90%), receberam um condicionamento mieloablativo (26% com TBI), enquanto os demais receberam de intensidade reduzida. A mediana de tempo entre o 1º e 2º TCTH foi de 299 dias (60‒1819). A maioria (93%) dos pts recebeu o enxerto de um doador diferente do primeiro transplante, e destes, 57% foram haploidênticos. A fonte de células foi medula óssea em 57% dos casos. Dos 33 pts, 2 apresentaram rejeição primária. A sobrevida mediana após o 2º TCTH foi de 267 dias (95% IC, 90‒1129 dias), e as principais causas de óbito foram infecção (52%) e recaída (36%). A mortalidade não relacionada à recaída nos primeiros 100 dias foi de 33% (95% IC, 18%‒50%). Com uma mediana de seguimento de 4 anos, a SG e a SLP após o 2º TCTH em 2 e 5 anos foi de 36% e 22%, e de 27% e 20% respectivamente. A incidência cumulativa de progressão em 5 anos foi de 33% (95% IC, 18%‒50%) e a mortalidade não relacionada à recaída foi de 46% (95% IC, 28%‒62%). Na análise univariada, a DRM negativa pré-transplante (p = 0,038) e a utilização de um doador diferente do primeiro transplante (p = 0,037) foram associadas à maior probabilidade de sobrevida global, porém estes resultados não foram confirmados na análise multivariada.
A recidiva pós transplante é a principal causa de mortalidade em pts com leucemias agudas submetidos a TCTH. Embora um segundo TCTH seja uma opção curativa, os desfechos dependem da morbidade relacionada aos tratamentos prévios, performance do paciente, além do status da doença pré-transplante. A sobrevida global após o segundo transplante encontrada em nossa coorte foi semelhante àquela descrita em trabalhos exclusivamente pediátricos, foi impactada pela presença de DRM negativa pré-transplante e pela utilização de um doador diferente no segundo TCTH.
Neste estudo, a baixa SG e elevada mortalidade não relacionada à recidiva podem refletir o longo período de análise em que poucos pts tiveram acesso a estratégias de resgate mais eficientes e menos tóxicas como imunoterapia, o que poderia ter aumentado a chance de re-transplantar com DRM negativa. Estes dados reforçam a necessidade de novas opções terapêuticas para evitar as recidivas pós-transplante, como desenvolvimento de programas de terapia celular, principalmente para pts do SUS. |
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ISSN: | 2531-1379 |
DOI: | 10.1016/j.htct.2024.09.1748 |