PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM DOADORES DE SANGUE SOROPOSITIVOS PARA O VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANAS

Analisar o perfil epidemiológico e os resultados dos testes de triagem e confirmatórios para os Vírus Linfotrópico de Células T Humanas I/II (HTLV) em doadores de sangue. Estudo retrospectivo de 2012 a 2022 das doações de sangue com resultado reagente ou indeterminado para anti-HTLV I/II no Serviço...

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Published inHematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 46; p. S899
Main Authors Araujo, CSR, Palaoro, JS, Machado, BA, Silveira, DL, Wollmeister, EV, Guadagnin, MF, Pasqualotti, A
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier España, S.L.U 01.10.2024
Elsevier
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Summary:Analisar o perfil epidemiológico e os resultados dos testes de triagem e confirmatórios para os Vírus Linfotrópico de Células T Humanas I/II (HTLV) em doadores de sangue. Estudo retrospectivo de 2012 a 2022 das doações de sangue com resultado reagente ou indeterminado para anti-HTLV I/II no Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo/RS. A triagem sorológica foi realizada na metodologia de ELISA e Quimioluminescência e todos os doadores com sorologia positiva foram convocados para coleta de segunda amostra. As amostras que permaneceram positivas foram encaminhadas para realização de teste confirmatório Western Blot ou PCR para HTLV em laboratório externo. : Das 148378 doações no período analisado, 220 (0,15%) apresentaram resultado reagente ou indeterminado para anti-HTLV I/II. Destes, 115 (52,3%) eram do sexo feminino; 145 (65,9%) acima dos 30 anos de idade e 201 (91,4%) autodeclarados brancos. Dos 220 doadores convocados para coleta de segunda amostra, 165 (75,0%) compareceram e destes 82 (49,7%) confirmaram resultado reagente, 47 (28,5%) indeterminado e 36 (21,8%) não reagente. Os 129 casos positivos foram encaminhados para confirmatório pelo método de Western Blot e 11 (8,5%) foram confirmados como reagentes, 8 (6,2%) indeterminados e 110 (85,3%) não reagentes. Por PCR 4 (1,8%) foram reagentes e 16 (7,3%) não reagentes. Observou-se uma correlação significativa (p = 0,007) entre faixa etária e incidência de resultados falso-positivos, onde doadores com 30 anos ou mais apresentaram maior risco de falso positivo (65,5%). A prevalência de anti-HTLV observada neste estudo é igual à citada no Hemoprod (2020) para a região Sul (0,15%) e menor em comparação a outros estudos realizados em bancos de sangue no Brasil, variando de 0,03% em Santa Catarina a 0,48% na Bahia (Brasil, 2020), demonstrando grande heterogeneidade nas taxas de infecção no país (Catalan-Soares, et. al, 2005). O aumento na incidência dos falsos-positivos na faixa etária de 30 anos pode ser justificado por uso de medicamentos e reações cruzadas por anticorpos não específicos produzidos pelo organismo e se deve, também, a alta sensibilidade dos testes (Costa et. al, 2020). Lima et al. (2010) observou maior prevalência de anti-HTLV com o aumento da idade e semelhança na proporção entre os sexo, fato também observado neste estudo. A falta de comparecimento para coleta de segunda amostra reflete na dificuldade de confirmação dos resultados e encaminhamento de tratamento, fato corroborado por Amianti et al. 2023. A taxa de positividade para anti-HTLV identificada neste estudo é semelhante a encontrada na região sul do Brasil. A alta taxa de resultado falso-positivo está relacionada à maior sensibilidade dos testes e tem como objetivo garantir a segurança transfusional. O retorno dos indivíduos para exames confirmatórios possibilita o encaminhamento para tratamento ou, nos casos negativos, a liberação para doação de sangue.
ISSN:2531-1379
DOI:10.1016/j.htct.2024.09.1526