DESAFIOS PARA TRANSFUSÃO DE PACIENTES ALOIMUNIZADOS CONTRA ANTÍGENOS DE ALTA FREQUÊNCIA: RELATO DE CASO

Pacientes aloimunizados contra antígenos de alta frequência são um problema para os Serviços de Transfusão quanto à presteza do atendimento e disponibilidade em quantidade de hemocomponentes que viabilize procedimentos cirúrgicos. Paciente MGPS, feminino, 66 anos, G5P4A1, história de 1 transfusão em...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inHematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 46; pp. S784 - S785
Main Authors Leite, LEL, Santos, JIOD, Rocha, RIN, Assis, RA, Pinto, SMGC, Nunes, MMA, Silva, SL, Barbosa, TM, Ernesto, PBT
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier España, S.L.U 01.10.2024
Elsevier
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:Pacientes aloimunizados contra antígenos de alta frequência são um problema para os Serviços de Transfusão quanto à presteza do atendimento e disponibilidade em quantidade de hemocomponentes que viabilize procedimentos cirúrgicos. Paciente MGPS, feminino, 66 anos, G5P4A1, história de 1 transfusão em 2018, grupo “A”Rh(D) positivo, com diagnóstico de estenose de valva mitral com indicação cirúrgica. Na ocasião, solicitaram reserva de 05 concentrados de hemácias. Os testes pré-transfusionais revelaram a presença de anticorpos irregulares no soro, reativo com todas as hemácias dos painéis em LISS-tubo, LISS e Papaína-Gel. Pesquisa de auto-anticorpos e teste direto da antiglobulina negativos. Fenotipagens: C-, c+, E-, e+, K-, Kp (a-b+), JK(a+b+), M-, N+, S-, s+, Le(a-b+). Provas cruzadas com amostras de sangue de doadores de fenótipos semelhantes, todas incompatíveis. Foi enviada uma amostra de sangue para estudo no Laboratório de Referência BioRad-MG, o soro foi testado contra hemácias D–(RH17) e HrB, hrB, Hr, hrS negativas, mostrando ausência de reatividade com D–(1), Hr, hrS(2). As fenotipagens da paciente com soros anti-Hr, -hrS (2) foram negativas. Aloadsorções foram realizadas com hemácias rr e R2R2, confirmando somente presença no soro de anti-Hr, -hrs. Foi consultado o Cadastro Nacional de Sangue Raro, que informou a disponibilidade de um único doador. Solicitamos os familiares (irmãos), tentativa que fracassou porque dois tinham comorbidades e um encontrava-se ausente. Encaminhamos amostra de sangue da paciente para realização de genotipagem RhD, RhCE e teste Monocyte Monolayer Assay (MMA) no Hemocentro São Paulo cujo resultado do fenótipo deduzido do genótipo foi: D+ parcial(DAR), C-, E-, c+ parcial, e+ parcial, V+, hrS-, VS-, hrB+. O teste MMA mostrou presença de 80% de monócitos contendo hemácias fagocitadas aderidas à superfície celular (MI ≥ 5%), confirmando a significância clínica do anticorpo, indicando que transfusão segura seria apenas com sangue antígeno negativo para os anticorpos identificados. Os antígenos Hr (RH18) e hrS (RH19) estão presentes em 99,9% da população em geral. Anticorpos anti-Hr, produzidos por aloimunização eritrocitária, são clinicamente significantes, implicados em reação transfusional hemolítica e doença hemolítica perinatal. Não se sabe, com precisão, a importância clínica de anticorpos anti-hrS. Segundo a ISBT o sangue é raro quando a frequência do fenótipo na população é inferior a 1/1000 indivíduos. Faz-se necessário estabelecer uma política para ampliar o Cadastro Nacional de Sangue Raro/CNSR, com a contribuição de todos os Hemocentros e assim viabilizar o atendimento hemoterápico para pacientes aloimunizados contra antígenos de alta frequência.
ISSN:2531-1379
DOI:10.1016/j.htct.2024.09.1324