DOADORES DE SANGUE REJEITADOS: CRIAÇÃO DE AMBULATÓRIO E TREINAMENTO ACADÊMICO. ANÁLISE RETROSPECTIVA

O Ambulatório do Doador com Distúrbios Eritrocitários (A.D.D.E) do HC-FMB-UNESP foi criado em 2023, com o intuito de acolher doadores de sangue que apresentavam níveis acima ou abaixo dos valores de referência de hemoglobina (Hb). Após um ano de funcionamento bem-sucedido, os pacientes atendidos for...

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Published inHematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 46; p. S733
Main Authors Duarte, CM, Dall'orto, LCMC, Bastos, VA, Moreira, VHD, Teano, HM, Ferreira, MS, Junior, MSS, Nogueira, PLDS, Niero-Melo, L
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier España, S.L.U 01.10.2024
Elsevier
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Summary:O Ambulatório do Doador com Distúrbios Eritrocitários (A.D.D.E) do HC-FMB-UNESP foi criado em 2023, com o intuito de acolher doadores de sangue que apresentavam níveis acima ou abaixo dos valores de referência de hemoglobina (Hb). Após um ano de funcionamento bem-sucedido, os pacientes atendidos foram diagnosticados, tratados ou reencaminhados a fim de reabilitá-los como potenciais doadores. Ademais, durante o atendimento, os pacientes foram educados quanto ao seu estado de saúde e estilo de vida. O êxito do projeto rendeu ao A.D.D.E. o Prêmio “Um Só Sangue”no HEMO 2023 (Congresso da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e Terapia Celular), tanto pela sua relevância quanto pela replicabilidade em outros centros de doação no país. Descrever o perfil dos doadores conforme dados coletados em avaliação clínica, pelos monitorandos, quanto à anamnese, exame físico e exames laboratoriais, bem como estabelecer comparações entre dados que representem a população de doadores da região de Botucatu-SP. Trata-se de estudo epidemiológico transversal e retrospectivo após 1 ano de início do A.D.D.E. Foram analisados os registros clínicos dos pacientes, colhidos logo após a doação de sangue rejeitada no serviço de doação de sangue do Departamento de Hemocentro HC-FMB-UNESP, no período de junho de 2023 a junho de 2024. Os dados foram analisados por Estatística Descritiva. Foram atendidos e acolhidos um total de 29 doadores. A média de idade foi de 34,6 anos (DP: 2,0), com maior prevalência do sexo masculino, 51,7% (IC 95%, 0,3443 - 0,6861) e de pessoas autodeclaradas brancas, 65,5% (IC 95%, 0,4735 - 0,8006). Em relação ao índice de hemoglobina (Hb), 14 doadores apresentaram-se com anemia com valores médios de Hb de 10,82 g/dL (DP: 0,44) e 15 manifestaram poliglobulia secundária, com Hb média de 18,04 g/dL (DP: 0,67). Das anemias, 85,7% eram do sexo feminino (IC 95%, 0,6006 - 9599) e ,dentre estas, 100% (IC 95%, 0,7575 - 1) em idade fértil; consistentes, após anamnese e exame físico, com o diagnóstico de Anemia Ferropriva por hiperfluxo menstrual, como causa-base. Dentre os diagnósticos de poliglobulias, o IMC médio é de 27,83 kg/m2 (DP: 1,41), dos quais 86,6% eram homens (IC 95%, 0,6212 - 9626). A causa-base mais frequente foi a Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS), provavelmente relacionada a sobrepeso_obesidade. A abordagem de doadores rejeitados que demandaram avaliação pelo Hematologista por apresentarem achados laboratoriais extremos entre Anemia x Poliglobulia, levou a efeito a criação de ambulatório específico para abordagem clínica completa, com busca de diagnóstico e terapêutica pertinentes, por monitorandos acadêmicos da FMB-UNESP. Este projeto permitiu, a contento, a resolução e devolução de doadores -antes rejeitados- para a doação de sangue, tão necessária às instituições hospitalares. Assim também, permitiu o treinamento médico para acadêmicos engajados em Medicina e sua vertente em Saúde Pública, resultando em premiação e menções honrosas pela Universidade e Poder Legislativo da cidade de Botucatu-SP.
ISSN:2531-1379
DOI:10.1016/j.htct.2024.09.1232