Prevalência e valor prognóstico da dissincronia ventricular na cardiomiopatia chagásica

FUNDAMENTO: A cardiomiopatia chagásica é uma causa importante de insuficiência cardíaca na América Latina. A dissincronia ventricular pode ser um fator de descompensação no curso da doença, mas não há dados sobre sua prevalência e principais implicações prognósticas, ainda. OBJETIVO: Descrever a pre...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inArquivos brasileiros de cardiologia Vol. 96; no. 4; pp. 300 - 306
Main Authors Duarte, Jussara de Oliveira Pinheiro, Magalhães, Luiz Pereira de, Santana, Oto Oliveira, Silva, Leandro Barros da, Simões, Monique, Azevedo, Darluce Oliveira de, Barbosa Júnior, Octávio Alencar, Fagundes, Alexsandro Alves, Reis, Francisco José Farias Borges dos, Correia, Luis Cláudio Lemos
Format Journal Article
LanguagePortuguese
English
Published Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC 01.04.2011
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
Subjects
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:FUNDAMENTO: A cardiomiopatia chagásica é uma causa importante de insuficiência cardíaca na América Latina. A dissincronia ventricular pode ser um fator de descompensação no curso da doença, mas não há dados sobre sua prevalência e principais implicações prognósticas, ainda. OBJETIVO: Descrever a prevalência e valores prognósticos da dissincronia ventricular na cardiomiopatia chagásica. MÉTODOS: 56 pacientes com cardiomiopatia chagásica foram selecionados consecutivamente através de dois testes sorológicos positivos e uma fração de ejeção (FE) < 45% no ecocardiograma. O ecocardiograma avaliou a presença de dissincronia intraventricular utilizando três critérios e dissincronia interventricular utilizando 1 critério. Os pacientes foram seguidos por 21 ± 14 meses e os eventos cardíacos foram definidos como a combinação de morte e hospitalização. RESULTADOS: A média da idade da população era de 56 ± 10 anos, sendo 50% do sexo masculino. A FE média era de 30 ± 8% e 87% dos pacientes apresentavam classe funcional I/II (NYHA). A prevalência de dissincronia interventricular era de 34% (IC95%: 22%-48%) e a dissincronia intraventricular tinha uma prevalência de 85% (IC95%: 75%-93%). A prevalência de dissincronia intraventricular era similar em pacientes com duração do QRS < 0,12 s ou > 0,12 s (85% e 89%, respectivamente, p = 0,66). Vinte eventos foram registrados. A incidência de eventos combinados foi similar em pacientes com ou sem dissincronia intraventricular (35% versus 38%, p = 0,9) e aqueles com ou sem dissincronia interventricular (39% versus 34%, p = 0,73). CONCLUSÃO: Pacientes com cardiomiopatia chagásica apresentam alta prevalência de dissincronia intraventricular e moderada prevalência de dissincronia interventricular. A alta prevalência independe da largura do QRS. A dissincronia ventricular não tem qualquer valor prognóstico em pacientes com cardiomiopatia chagásica.
ISSN:1678-4170
DOI:10.1590/S0066-782X2011005000037