Miotomia endoscópica peroral para o tratamento de acalásia no Sistema Único de Saúde (SUS): resultados de seguimento no curto-prazo

RESUMO Introdução: a acalasia é uma doença crônica. Por não haver tratamento curativo, os pacientes diagnosticados dispõem de técnicas farmacológicas e/ou cirúrgicas, visando minimizar o quadro. A POEM surge como um novo tipo de tratamento paliativo promissor com boas taxas de melhora dos sintomas....

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Published inRevista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões Vol. 49
Main Authors FRANÇA, IGOR RABELO DE, CALDAS, EDUARDA AUGUSTA DE LUCENA, BARROS, MARCELLA FERREIRA, SILVA, JOSE TARCÍSIO DIAS DA, PONTUAL, JOÃO PAULO, FERRAZ, ÁLVARO A. B.
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published 2022
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Summary:RESUMO Introdução: a acalasia é uma doença crônica. Por não haver tratamento curativo, os pacientes diagnosticados dispõem de técnicas farmacológicas e/ou cirúrgicas, visando minimizar o quadro. A POEM surge como um novo tipo de tratamento paliativo promissor com boas taxas de melhora dos sintomas. Objetivo: avaliar o perfil das POEM realizadas no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC - UFPE) e correlacioná-lo com o cenário mundial. Métodos: a coleta de dados foi realizada retrospectivamente no período de setembro de 2017 a outubro de 2019 com todos os pacientes submetidos a POEM no HC - UFPE. Variáveis sociodemográficas, clínicas e hospitalares foram avaliadas antes e três meses após o procedimento. Resultados: total de 27 pacientes (52,41 ± 19,24 anos) que realizaram o procedimento, 66,7% com etiologia idiopática e 33,3% com etiologia secundária à doença de Chagas. 48% tinham sido submetidos a procedimentos prévios, dos quais sete usaram algum tipo de medicamento para controle dos sintomas, dois foram submetidos à dilatação endoscópica pneumática e quatro à cardiomiotomia a Heller com fundoplicatura parcial. 62,5% dos pacientes avaliados tinham acalasia tipo ii antes do procedimento. Sete (25,9%) apresentaram eventos adversos: quatro sangramentos, dois pneumoperitônio e um ambas as complicações, todos foram tratados de forma conservadora. O escore de Eckardt reduziu de 8,37 ± 1,45 para 0,85 ± 1,06 (valor de p<0,001). Conclusão: melhora clínica e o perfil dos pacientes acompanhou a tendência mundial, destaque para a etiologia secundária à doença de Chagas, endêmica no Brasil. O refluxo gastroesofágico continua sendo o principal sintoma pós-operatório. ABSTRACT Introduction: achalasia is a chronic disease. Since there is no curative treatment, diagnosed patients have pharmacological and/or surgical techniques available, aimed at minimizing the condition. POEM appears as a promising new type of palliative treatment with good rates of symptom improvement. Objective: evaluate the profile of POEM at the Clinical Hospital of the Federal University of Pernambuco (HC - UFPE) and correlate it with the world scenario. Methods: data collection was performed retrospectively from September 2017 to October 2019 with all patients undergoing POEM at the HC - UFPE. Sociodemographic, clinical, and hospital variables were evaluated before and three months after the procedure. Results: of 27 patients (52.41 ± 19.24 years old) who underwent the procedure, 66.7% had idiopathic etiology and 33.3% had etiology secondary to Chagas disease. 48% patients underwent previous procedures, of which seven used some type of medication for symptom control, two underwent pneumatic endoscopic dilation, and four underwent Heller cardiomyotomy with partial fundoplication. 62.5% of the evaluated patients had type II achalasia before the procedure. Seven (25.9%) patients presented the following adverse events: four presented bleeding, two pneumoperitoneum, and one both complications, all being treated conservatively. The Eckardt score reduced from 8.37 ± 1.45 to 0.85 ± 1.06 (p-value <0.001). Conclusion: clinical improvement of symptoms and the patient profile followed the worldwide trend, with emphasis on the etiology secondary to Chagas disease, endemic in Brazil. Gastroesophageal reflux remains the main post-operative symptom.
ISSN:0100-6991
1809-4546
DOI:10.1590/0100-6991e-20223244