O guerreiro do Theatro Municipal
Arthur Azevedo (1855-1908) – teatrólogo, jornalista, contista, cronista e funcionário público – embora seja, contemporaneamente, pouco lembrado, desempenhou um papel relevante no campo artístico-intelectual do final do século XIX e início do século XX. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de L...
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Format | Book Chapter |
Language | Portuguese |
Published |
OpenEdition Press
31.03.2016
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Summary: | Arthur Azevedo (1855-1908) – teatrólogo, jornalista, contista, cronista e funcionário público – embora seja, contemporaneamente, pouco lembrado, desempenhou um papel relevante no campo artístico-intelectual do final do século XIX e início do século XX. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras (1897) e principal articulador da construção do Theatro Municipal. Através da imprensa e do teatro, empreendeu contínua campanha para o desenvolvimento do teatro nacional, sobretudo em seu folhetim semanal “O Theatro”, publicado em A Notícia. Lutava para a construção de um espaço destinado ao florescimento da dramaturgia brasileira, que fosse patrocinado pelo Estado, a exemplo do que ocorria com a Comédie-Française. Isto é, acreditava que o incremento qualitativo da produção teatral, bem como a frequência de um público mais amplo, que abrigasse diversas camadas sociais, em eças mais literárias, só seria possível com investimento público. Esse era o seu plano para o Theatro Municipal que, apesar de aprovado por lei desde 1895, só iniciou sua construção em 1905, sendo inaugurado em 1909 com outra concepção: um suntuoso edifício, inspirado no Teatro Ópera de Paris, destinado a espetáculos grandiosos, principalmente de companhias estrangeiras e com preços elevados, que só permitiam a frequência da elite. Em seu debut, o referido teatro já não lembrava, em nada, o projeto inicial do dramaturgo. Apenas na década de 1930, passa a ser patrocinado pelo governo, contratando um corpo artístico próprio: um coro, uma orquestra sinfônica e uma companhia de ballet. Mas, a arte dramática continuaria excluída. O objetivo do capítulo é discutir a luta de Arthur Azevedo para o estabelecimento de um teatro nacional, sublinhando sua importância como mediador cultural. Apesar da concepção de teatro do dramaturgo ser consonante com o ideal civilizador de sua época, ela não vigorou no caso do Theatro Muncipal. Meu argumento é que Arthur Azevedo reivindicava que o teatro brasileiro fosse objeto de uma política cultural, muito antes do conceito de política pública cultural se firmar em solo nacional, o que só aconteceu, institucionalmente, a partir de 1930. |
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ISBN: | 9782821855854 2821855850 |
DOI: | 10.4000/books.oep.589 |