Contar histórias, cuidar da vida: educação em saúde baseada em narrativas

Resumo O emprego de histórias na educação em saúde não é novo, servindo basicamente para disseminar informações e influenciar comportamentos e hábitos, com foco em resultados clínicos, como o controle dos níveis de glicose no sangue. Da crítica às limitações do modo como têm sido exploradas quanto à...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inPhysis (Rio de Janeiro, Brazil) Vol. 34
Main Authors Silva, Neide Emy Kurokawa e, Ayres, José Ricardo de Carvalho Mesquita
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published 2024
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:Resumo O emprego de histórias na educação em saúde não é novo, servindo basicamente para disseminar informações e influenciar comportamentos e hábitos, com foco em resultados clínicos, como o controle dos níveis de glicose no sangue. Da crítica às limitações do modo como têm sido exploradas quanto às finalidades a que têm servido, propõe-se incorporar abordagens narrativas na educação em saúde, no âmbito de processos pedagógicos críticos. Tomaram-se como referências a Pedagogia Crítica de Paulo Freire e a apreensão ontológica do pensador Paul Ricoeur acerca da narrativa, como possibilidade de conhecimento de si na relação com o outro. Considerando que o texto narrativo expressa uma apreensão de mundo, o mundo do texto, ressalta-se seu sentido existencial, ensejando a construção e a reconstrução de modos de ser-no-mundo. A linguagem assume papel de destaque para essa compreensão do mundo-texto pelo leitor-educando, que pode concordar ou discordar com os enredos, simpatizar ou não com os personagens, conformar-se ou estranhar as situações. As narrativas podem incitar a problematização do curso das tramas apresentadas e a reconfiguração das histórias e de suas próprias histórias, em suma, estimulando reflexões sobre vulnerabilidades e potencialidades no cuidado à saúde. Abstract The use of stories in health education is not new and is basically meant to disseminate information and influence behaviors and habits focused on clinical results such as blood glucose control. Based on the criticisms to the limited ways in which stories have been explored in terms of the purposes they have served, it is therefore proposed that new narrative approaches be incorporated into health education, within the scope of critical pedagogical processes. References are made to Paulo Freire’s Critical Pedagogy and the ontological approach to the narrative developed by thinker Paul Ricoeur as a possibility of acquiring self-knowledge in the relationship with others. Considering that narrative texts express ways of understanding the world, the “world of the text”, then its existential meaning is highlighted, giving rise to the construction and reconstruction of diverse ways of being-in-the-world. Language plays a prominent role in this understanding of the text-world by the reader-student, who may agree or disagree with the plots, empathize or not with the characters, conform to the situations presented or find them strange. Narratives may end up problematizing the course of the storylines presented, as well as reconfiguring the stories, the others’ and their own, favoring reflections on vulnerabilities and potentialities in health care.
ISSN:0103-7331
1809-4481
DOI:10.1590/s0103-7331202434073pt