Modos de orientação na floresta e as formas do entender no extrativismo comercial da castanha entre quilombolas do Alto Trombetas, Oriximiná/PA

Os quilombolas do Alto Trombetas, município de Oriximiná/PA, desde o tempo que se estabeleceram nesta região no início do séc. XIX até os dias de hoje, têm o extrativismo comercial da castanha como a principal modalidade de intercâmbio comercial desenvolvida com os diversos segmentos regionais que h...

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Published inRevista de antropologia (São Paulo) Vol. 63; no. 1; pp. 143 - 163
Main Author Scaramuzzi, Igor Alexandre Badolato
Format Journal Article
LanguageEnglish
Portuguese
Published Revista de Antropologia 09.04.2020
Universidade de São Paulo (USP)
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Summary:Os quilombolas do Alto Trombetas, município de Oriximiná/PA, desde o tempo que se estabeleceram nesta região no início do séc. XIX até os dias de hoje, têm o extrativismo comercial da castanha como a principal modalidade de intercâmbio comercial desenvolvida com os diversos segmentos regionais que habitavam e habitam a região. Atualmente, os castanhais localizados no território dos quilombolas são de usufruto coletivo e para evitar a concorrência muitos extrativistas, por meio da restrição da transmissão de certos saberes relacionados ao ramo castanheiro, buscam a exclusividade de uso de fragmentos específicos destas florestas. Este artigo busca, por meio da descrição e análise etnográfica de algumas habilidades constituintes do ramo castanheiro, especialmente dos modos de orientação na floresta, demonstrar como os saberes expressos pelo conceito local de entender se produzem e se atualizam nesta atividade. Brazil nut extractivism has been the main commercial activity for the Quilombola communities of Alto Trombetas, since their arrival in the region, in the beginning of the 19th century, until today. Currently, Brazil nut trees within Quilombola territories are communal property and to avoid competition, extractivists are very careful with the transmission of their knowledge, while often attempting to keep a specific fragments of the forest for their exclusive use. This article explores ethnographically some of the skills necessary for Brazil nut extractivism, particularly the ways of orienting oneself in the forest, by showing how the knowledge expressed by the local concept of entender is produced and constantly renewed.
ISSN:0034-7701
1678-9857
DOI:10.11606/2179-0892.ra.2020.168623