Equalização da disputa ou reprodução de desigualdades? Uso do Facebook por candidatas à Câmara Federal por São Paulo em 2018

Resumo Neste artigo, analisamos o uso de ferramentas do Facebook em campanhas eleitorais de candidatas ao cargo de deputado federal por São Paulo com o objetivo de avaliar se esse uso mitiga ou reproduz desigualdades socioeconômicas estruturais que elas vivenciam em sociedade. Acompanhamos o uso do...

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Published inOpinião pública : publicaçao do CESOP Vol. 27; no. 2; pp. 650 - 680
Main Authors Barbieri, Catarina Helena Cortada, Ramos, Luciana de Oliveira, Mardegan, Ivan Osmo, Marin, Juliana Fabbron Marin, Youssef, Lais Menegon
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published Campinas Universidade Estadual de Campinas, Centro de Estudos de Opinião Pública-CESOP 01.08.2021
Centro de Estudos de Opinião Pública da Universidade Estadual de Campinas
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Summary:Resumo Neste artigo, analisamos o uso de ferramentas do Facebook em campanhas eleitorais de candidatas ao cargo de deputado federal por São Paulo com o objetivo de avaliar se esse uso mitiga ou reproduz desigualdades socioeconômicas estruturais que elas vivenciam em sociedade. Acompanhamos o uso do Facebook durante a campanha eleitoral de 2018 visando entender especificamente se e como essa rede social foi utilizada por essas candidatas. A partir de uma base de dados com mais de 55 mil postagens de 465 candidatas, incorporamos um olhar interseccional sobre as múltiplas identidades dessas mulheres e correlacionamos seus marcadores sociais (estrato sócio-ocupacional, grau de instrução, idade e raça/cor) com o uso do Facebook durante a campanha eleitoral. Os resultados das análises quantitativas apontam que, em vez de mitigar as desigualdades socioeconômicas preexistentes, essa rede social acabou por reproduzi-las ao longo da campanha. Abstract This article examines whether the use of Facebook tools in election campaigns mitigates or reproduces structural socioeconomic inequalities that candidates experience in society. We monitor the use of Facebook during the 2018 election campaign to specifically understand whether and how this social media was used by candidates for the post of federal deputy for São Paulo. From a database with more than 55 thousand posts from 465 candidates, we incorporate an intersectional look at the multiple identities of these women and correlate their social markers (socio-occupational stratum, educational level, age and race/color) with the use of Facebook during the election campaign. The results of the quantitative analyzes show that, instead of equalizing pre-existing socioeconomic inequalities, this social media ended up reproducing them throughout the campaign. Résumé Cet article examine si l'utilisation des outils Facebook dans les campagnes électorales atténue ou reproduit les inégalités socio-économiques structurelles que connaissent les candidats dans la société. Nous surveillons l'utilisation de Facebook pendant la campagne électorale de 2018 pour comprendre spécifiquement si et comment ce réseau social a été utilisé par les candidats au poste de député fédéral de São Paulo. À partir d'une base de données avec plus de 55 000 postes de 465 candidats, nous incorporons un regard intersectionnel sur les identités multiples de ces femmes et corrélons leurs marqueurs sociaux (strate socio-professionnelle, niveau d'éducation, âge et race/couleur) avec l’utilisation du Facebook pendant la campagne électorale. Les résultats des analyses quantitatives montrent qu'au lieu d'égaliser les inégalités socio-économiques préexistantes, ce réseau social a fini par les reproduire tout au long de la campagne. Resumen Este artículo examina si el uso de herramientas de Facebook en campañas electorales mitiga o reproduce las desigualdades socioeconómicas estructurales que los candidatos experimentan en la sociedad. Supervisamos el uso de Facebook durante la campaña electoral de 2018 para comprender específicamente si las candidatas para el puesto de diputado federal de São Paulo utilizaron esta red social y cómo. Desde una base de datos con más de 55 mil publicaciones de 465 candidatas, incorporamos una mirada interseccional a las múltiples identidades de estas mujeres y correlacionamos sus marcadores sociales (estrato socio-ocupacional, nivel educativo, edad y raza / color) con el uso de Facebook durante la campaña electoral. Los resultados de los análisis cuantitativos muestran que, en lugar de igualar las desigualdades socioeconómicas preexistentes, esta red social terminó reproduciéndolas durante toda la campaña.
ISSN:0104-6276
1807-0191
1807-0191
DOI:10.1590/1807-01912021272650