Partícula interrogativa e pitch-accent frasal nas perguntas polares em fa d’Ambô

Resumo Apresentamos os recursos linguísticos para a realização de perguntas polares em fa d’Ambô (FA), a partir de um corpus formado por dados obtidos na Guiné Equatorial. Discutimos o (i) uso da partícula interrogativa final a; e a (ii) associação de pitch-accent frasal à última mora da palavra pro...

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Published inBoletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências humanas Vol. 14; no. 3; pp. 857 - 872
Main Authors Agostinho, Ana Lívia, Araujo, Gabriel Antunes de, Santos, Eduardo Ferreira dos
Format Journal Article
LanguageEnglish
Portuguese
Published Museu Paraense Emílio Goeldi 01.12.2019
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Summary:Resumo Apresentamos os recursos linguísticos para a realização de perguntas polares em fa d’Ambô (FA), a partir de um corpus formado por dados obtidos na Guiné Equatorial. Discutimos o (i) uso da partícula interrogativa final a; e a (ii) associação de pitch-accent frasal à última mora da palavra prosódica final da sentença, com alteração do acento da palavra e elevação da entonação, padrão linguístico não documentado, embora previsto por Gordon (2014). A interrogativa faculta o uso da partícula a para perguntas polares, porém seu uso não é licenciado em perguntas-QU. Trabalhos anteriores não abordaram essa questão (Barrena, 1957; Post, 1995; Zamora, 2010) ou afirmaram que as interrogativas polares eram construídas como as declarativas (Post, 1995). Argumentamos que, em FA, palavras acentuadas ao final da sentença interrogativa polar diferem daquelas que ocorrem em outras posições e que o pitch-accent é atraído ao limite direito da sentença, padrão não documentado em uma língua de sistema top-down (Gordon, 2014). Destacando o fato de a partícula final a ocorrer em FA e em outros crioulos de base portuguesa do Golfo da Guiné, oferecemos evidências para sua presença no Proto-Crioulo do Golfo da Guiné, bem como da influência das línguas do substrato Níger-Congo, sobretudo aquelas do cinturão sudanês. Abstract Here we present linguistic strategies for asking polar questions in Fa d’Ambô (FA). We discuss the use of the final interrogative particle a, as well as the association between phrasal pitch-accent and the last mora of the final prosodic word of the sentence, with a possible change in word accent and rising intonation. The interrogative permits use of the particle a for polar questions, but it cannot be used in WH-questions. Previous studies have not addressed this question (Barrena, 1957; Post, 1995; Zamora, 2010), or have stated that polar interrogatives are constructed as declarative sentences (Post, 1995). We also maintain that in FA, stressed words at the end of a polar question differ from those in other positions, and that the pitch-accent is attracted to the right edge of the sentence, which has not yet been documented in a top-down language (Gordon, 2014). Additionally, we offer further evidence of the presence of this phenomenon in the Proto-Creole of the Gulf of Guinea (PGG), as well as influence from Niger-Congo substrate languages (especially from the Sudanic belt) in the Gulf, since this is an area-related feature of this group.
ISSN:1981-8122
2178-2547
DOI:10.1590/1981.81222019000300009