Duas leituras de Malinowski

Neste ensaio, examino o artigo no qual James Clifford explorou a célebre declaração de Malinowski (“serei o Conrad da antropologia!”). Em seguida, critico o formalismo do autor: a forma do texto é que lhe interessa, não seu conteúdo nem a relação entre a fonte e o mundo social que a produziu. Defend...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inRevista de antropologia (São Paulo) Vol. 57; no. 1; pp. 423 - 460
Main Author Sobral, Luís Felipe
Format Journal Article
LanguagePortuguese
English
Published Departamento de Antropologia of the Faculdade de Filosofia, Letras e Ciencias Humanas of the Universidade de São Paulo 2014
Universidade de São Paulo (USP)
Subjects
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:Neste ensaio, examino o artigo no qual James Clifford explorou a célebre declaração de Malinowski (“serei o Conrad da antropologia!”). Em seguida, critico o formalismo do autor: a forma do texto é que lhe interessa, não seu conteúdo nem a relação entre a fonte e o mundo social que a produziu. Defendo, contudo, a eficácia da forma como instrumento analítico capaz de identificar fissuras nas fontes históricas, permitindo um conhecimento mais apurado do mundo social – desde que o indício morfológico seja relacionado à história. Como expoente desse procedimento, aponto o ensaio onde Carlo Ginzburg investiga a afinidade formal entre o circuito percorrido por um objeto mágico em um conto do escritor escocês Robert Louis Stevenson e o circuito do kula descrito na etnografia trobriandesa. In this essay, I examine the article in which James Clifford explored the famous claiming from Malinowski (“I shall be anthropology’s Conrad!”). Next, I criticize the author’s formalism: the text’s form is what interests him, not its contents nor the relationship between the source and the social world that produced it. However, I defend the form’s efficacy as an analytical tool capable of identifying gaps in the historical sources, allowing for a better understanding of the social world—as long as the morphological evidence is related to history. As one of this procedure’s outcomes, I point out the essay where Carlo Ginzburg investigates the formal affinity between the path followed by a magical object in a tale of the Scostman writer Robert Louis Stevenson and the kula ring as described in the trobriander ethnography.
ISSN:0034-7701
1678-9857
DOI:10.11606/2179-0892.ra.2014.87768