Cardiopatia Congénita em Crianças com Síndrome de Down: O que Mudou nas Últimas Três Décadas?

Introdução: A prevalência da síndrome de Down tem aumentado nos últimos 30 anos; 55% destas crianças apresentam cardiopatia congénita.Material e Métodos: Estudo retrospetivo longitudinal de coorte; dados clínicos obtidos em bases de dados de 1982 a 2013 com o diagnóstico de síndrome de Down ou triss...

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Published inActa médica portuguesa Vol. 29; no. 10; pp. 613 - 620
Main Authors Dias, Filipa Mestre A., Cordeiro, Susana, Menezes, Isabel, Nogueira, Graça, Teixeira, Ana, Marques, Marta, Abecasis, Miguel, Anjos, Rui
Format Journal Article
LanguageEnglish
Portuguese
Published Ordem dos Médicos 01.10.2016
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Summary:Introdução: A prevalência da síndrome de Down tem aumentado nos últimos 30 anos; 55% destas crianças apresentam cardiopatia congénita.Material e Métodos: Estudo retrospetivo longitudinal de coorte; dados clínicos obtidos em bases de dados de 1982 a 2013 com o diagnóstico de síndrome de Down ou trissomia 21 num hospital de referência em cardiologia pediátrica e cirurgia cardíaca.Objetivo: Avaliar a evolução, nas últimas três décadas, dos cuidados cardiológicos prestados às crianças com síndrome de Down ecardiopatia congénita.Resultados: Estudámos 102 doentes com síndrome de Down e cardiopatia congénita submetidos a terapêutica invasiva: cirurgiacardíaca corretiva, paliativa e cateterismo terapêutico. Em doentes referenciados no primeiro ano de vida, a referenciação foi cada vez mais precoce. O diagnóstico mais frequente foi o defeito completo do septo aurículo-ventricular (41%). Verificou-se uma tendência para cirurgia corretiva cada vez mais precoce em doentes abaixo dos 12 meses (p < 0,001). A partir de 2000, a grande maioria dos doentes foi operada antes dos seis meses de idade. As principais complicações cardíacas foram alterações de ritmo e baixo débito e as principais não cardíacas foram pulmonares e infeciosas. A taxa de mortalidade a 30 dias foi de 3/102 casos (2,9%). Dos doentes em follow-up, 89% estão em classe funcional I da NYHA.Discussão e Conclusão: A correção cirúrgica mais precoce verificada nos últimos 15 anos vai ao encontro do proposto na literatura. A taxa de mortalidade a 30 dias verificada é sobreponível aos resultados internacionais. Os doentes com síndrome de Down submetidos a cirurgia corretiva de cardiopatia congénita apresentam uma excelente capacidade funcional a longo prazo.
ISSN:0870-399X
1646-0758
DOI:10.20344/amp.7318