Um caso de endocardite infecciosa de válvula nativa em doente imunocomprometido

Resumo: A endocardite infecciosa é uma doença cuja mortalidade, apesar das opções terapêuticas médicas e cirúrgicas existentes, se mantém elevada. A intervenção cirúrgica está indicada em casos de insuficiência cardíaca diretamente relacionada com a disfunção valvular, infecção não controlada e, por...

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Published inRevista portuguesa de cardiologia Vol. 31; no. 1; pp. 35 - 38
Main Authors Maria Salomé Carvalho, Marisa Trabulo, Regina Ribeiras, João Abecasis, Fernando Leal da Costa, Miguel Mendes
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier 01.01.2012
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Summary:Resumo: A endocardite infecciosa é uma doença cuja mortalidade, apesar das opções terapêuticas médicas e cirúrgicas existentes, se mantém elevada. A intervenção cirúrgica está indicada em casos de insuficiência cardíaca diretamente relacionada com a disfunção valvular, infecção não controlada e, por vezes, na prevenção de fenómenos embólicos. Os autores descrevem o caso de um doente de 56 anos, com doença degenerativa mitroaórtica, esplenectomizado e com linfoma de Hodgkin recentemente recidivado, internado por endocardite infecciosa a Streptococcus dysgalactiae. Ao trigésimo dia de antibioticoterapia dirigida verificou-se um aumento significativo do volume e mobilidade da vegetação mitral, tendo sido equacionada a opção cirúrgica. No entanto, e dada a estabilidade clínica e analítica do doente, optou-se por uma atitude conservadora com prolongamento da antibioticoterapia. Foi constatada regressão franca da vegetação sete dias depois. Dado o comportamento atípico da vegetação com regressão mais lenta que o habitual para o agente em causa, os autores sugerem que, em doentes com algum grau de imunocompromisso, a antibioticoterapia deva ser mais prolongada. Abstract: Infective endocarditis continues to be associated with high mortality, despite the medical and surgical therapeutic options available. Surgical intervention is indicated in cases of heart failure or uncontrolled infection and sometimes for the prevention of embolic phenomena. The authors present the case of a 56-year-old male patient, with fibro-calcific mitral-aortic valve disease, splenectomized and with recently relapsed Hodgkin's lymphoma, who was admitted with infective endocarditis due to Streptococcus dysgalactiae. On the thirtieth day of directed antibiotic therapy, the mitral vegetation showed a significant increase in size and mobility. Surgery was considered at this point. However, given the patient's clinical stability and laboratory results, it was decided to adopt a conservative approach and to extend antibiotic therapy. The vegetation had regressed considerably seven days later. Given this atypical vegetation behavior, with slower than usual regression for the causative agent, the authors suggest that antibiotic therapy should be extended in patients with some degree of immunosuppression. Palavras-chave: Endocardite infecciosa, Imunossupressão, Streptococcus dysgalactiae, Indicações cirúrgicas, Risco embólico, Keywords: Infective endocarditis, Immunosuppression, Streptococcus dysgalactiae, Surgical indications, Embolic risk
ISSN:0870-2551
DOI:10.1016/j.repc.2011.10.009